MG visita mais de 7,2 milhões de imóveis no combate ao Aedes aegypti e tem recusa em 21,7%

Os agentes comunitários de saúde e de endemias bateram a meta do Ministério da Saúde, mas ainda encontram imóveis fechados ou são impedidos de entrar pelos moradores

João Henrique do Vale
Em Belo Horizonte, as entradas estão realizadas todas as semanas - Foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press.

A batalha contra os focos do mosquito Aedes aegypti, que vem provocando o aumento no número de casos de dengue, zika e chikungunya em todo país, continua em Minas Gerais. O Estado foi o que mais visitou, em números absolutos, imóveis nas últimas duas semanas, segundo o Ministério da Saúde. Os agentes comunitários de saúde, e de endemias, além de militares do Exército, estiveram em mais de 7,2 milhões de casas, superando a meta que era de 7,1 milhões. Em contrapartida, 21,7% dos locais estavam fechados ou os moradores recusaram a entrada dos agentes.

A visita aos imóveis se intensificaram no fim de janeiro depois que a presidente Dilma Rousseff assinou uma medida provisória (MP) para garantir o cumprimento de ações de controle do vetor das doenças transmitidas pelo mosquito. Entre as medidas descritas pela MP 712 está a autorização para a entrada forçada em imóveis públicos e particulares abandonados ou com ausência dos moradores.

Em todo Brasil, foram visitados 14,1 milhões de imóveis nos últimos sete dias. Na última semana, os agentes estiveram em 27,4 milhões, o total corresponde a 61,8% do previsto.
A meta para Minas Gerais era de 7.189.307, mas, mesmo antes do prazo, que termina no início de março, já foi batida. Os agentes conseguiram visitar 7.267.627 imóveis em 842 municípios. Mesmo assim, ainda tem uma preocupação. Dos locais visitados, em 1.583.944 imóveis os militares e agentes não puderam entrar pela recusa dos moradores ou porque as residências estavam fechadas.

As ações não devem parar no estado mesmo com a meta batida. Nessa quinta-feira, o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), convocou os prefeitos mineiros a se engajarem na campanha de combate ao mosquito Aedes aegypti. Em reunião no Minascentro, o Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus, assinou termo de cooperação com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), no Minascentro, em Belo Horizonte.

Cada prefeito e secretário de saúde presente ao evento recebeu uma espécie de kit com explicações detalhadas sobre a liberação de recursos para a campanha contra a dengue, a contratação de pessoal e a compra de inseticidas.

Número de casos

Na terça-feira, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou mais 13 casos de zika em gestantes em uma semana em Minas Gerais. No balanço , foram contabilizadas 14 mulheres com a doença, além do caso de um feto com microcefalia provavelmente provocada pela enfermidade.

Neste ano, foram notificados 195 casos no protocolo de monitoramento da microcefalia por zika e 15 foram confirmados, sendo em 14 gestantes com exantema, um dos sintomas da zika. Destas, quatro são de Coronel Fabriciano, na Região do Rio Doce, duas em Juiz de Fora, na Zona da Mata, duas em Montes Claros, na Região Norte, uma em Belo Horizonte, e igual número em Ferros, Sete Lagoas, na Região Central, Pingo D'Água, no Rio Doce, Ubá, na Zona da Mata, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Os casos em investigação subiram de 129 para 195.


A disparada ocorre também nos casos de febre causada pelo zika vírus. Em sete dias, o número de notificações saiu de 166 para 303. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou dois casos que eram investigados desde 2015. Os infectados são moradores de Belo Horizonte e de Coronel Fabriciano.

A dengue segue os mesmos parâmetros da zika e vem aumentando rapidamente a cada semana. Os dados de casos prováveis da doença, que envolvem os confirmados e suspeitos, não foram divulgados na terça-feira pela Secretaria de Saúde. A pasta informou que uma instabilidade do sistema impossibilitou a sua extração. Até a semana passada, foram notificados 62.271 casos prováveis da doença.

Até terça-feira, a Secretaria havia confirmado oito mortes em decorrência da dengue. Destas, três foram em Juiz de Fora, na Zona da Mata, três em Belo Horizonte, uma em Divinópolis, na Região Centro-Oeste do estado, e outra em Patrocínio, no Alto Paranaíba.
O número pode ser ainda maior. Outras 31 mortes ainda estão sendo investigadas.

Chikungunya

Em 2016, nenhum caso de febre chikungunya foi registrado. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 336 casos foram notificados. Destes, 208 foram descartados, e outros 128 seguem em investigação. No ano passado, foram confirmados 11 casos, dos quais quatro em Belo Horizonte. .