Bombeiros procuram criança arrastada por enxurrada em Sabará

Suspeita é de que ela tenha sido levada para dentro de tubulações subterrâneas

João Henrique do Vale Pedro Ferreira
Moradores abriram bueiros na região para tentar encontrar a menina - Foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A.Press

A chuva que atinge a Região Metropolitana de Belo Horizonte neste sábado causou estrago e pode ter feito mais uma vítima. O Corpo de Bombeiros faz buscas por uma menina de 8 anos que foi arrastada por uma enxurrada em Sabará nesta tarde. A suspeita é de que ela tenha sido levada para dentro de tubulações subterrâneas que deságuam no Rio das Velhas. O avô dela também foi levado pelas águas, mas salvo por moradores. Eles iriam a uma festa de aniversário na capital mineira.

O incidente ocorreu na Rua São Paulo, no Bairro Santo Antônio Roça Grande. Ana Alice Costa da Cruz e o irmão Alex, de 10, estavam com o avô Itamar Costa, de 60, e a avó, no momento da chuva. Os quatro moram no alto da rua, que é bastante íngreme, e seguiam para um ponto de ônibus às margens da rodovia.
Quando passavam próximo a uma obra da Copasa, que tem sacos de areia na entrada para desviar a água do local, Ana e Itamar acabaram sendo levados pela água. Dois motoristas que estavam na via correram atrás dos dois e conseguiram salvar o homem. A menina acabou sendo levada por uma escada de contenção de água pluvial e caiu em um córrego que deságua no Rio das Velhas.

O instalador de imóveis, Clécio Rocha dos Santos, subia a rua de carro com a esposa e a filha. Ele se impressionou com a força da água. “Era tão forte que não consegui subi. Percebi quatro pessoas na calçada e quando tentaram atravessar a rua, duas foram derrubadas”, explicou. Ele e outro motorista que estava na via desceram e conseguiram salvar o avô. Clécio levou Itamar para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sabará, onde recebeu atendimento.

Barricada na rua feita para evitar que a água entre em obra - Foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A.Press

A atendente de hospital, Glória de Almeida, moradora do local, reclama da obra na rua. “Tem mais de um ano a obra. O fato de colocarem a barricada para desviar a enxurrada da obra, afunilou a água e a enxurrada ficou mais forte. Isso aumentou o risco de acidente”, criticou.


Os militares já iniciaram as buscas, mas ainda sem sucesso. “Tudo indica, que ela foi levada para a tubulação. Já olhamos em alguns locais e não encontramos nada. Agora, vamos adentrar nas manilhas para ver se teremos sucesso”, explicou o tenente Teixeira, do 3º Batalhão do Corpo de Bombeiros. Os militares acreditam que a vítima pode ter sido arrastada até o Rio das Velhas.

Minas Gerais já registrou quatro mortes por causa da chuva. A primeira vítima da chuva neste ano morreu em Montes Claros, Norte de Minas. Segundo testemunhas, Antônio Luiz Alves Júnior, de 30 anos, foi arrastado pela enxurrada em 23 de novembro, quando tentava impedir que sua motocicleta fosse levada. Segundo o laudo de necrópsia, a causa da morte foi afogamento. O segundo a morrer vítima da chuva, segundo a Cedec, foi o fotógrafo Flávio Soares de Oliveira, de 37, morador da capital.
Flávio passeava com um grupo de pessoas pela Serra do Rola Moça, na região metropolitana, quando foi atingido por um raio. Morreu por parada cardiorrespiratória, segundo o laudo. Essas já foram confirmadas pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec).

O órgão ainda aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte para confirmar se Maria Ester Ribeiro, de 59 anos, também foi uma vítima da chuva. Na tarde do último dia 13, ela teria sido arrastada pela enxurrada na Rua Diorita, no Bairro Prado, Região Oeste de capital, e sofreu parada cardiorrespiratória depois de ficar presa debaixo de um carro.

Outra morte que ainda não entrou no boletim diário da Cedec foi de Renata Camilo da Silva, de 33. A mulher, que estava grávida de três meses, morreu eletrocutada durante um temporal em Alfenas, no Sul de Minas Gerais, no último domingo. .