Ronaldo Bernadino Ferreira não conhece o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que classifica trechos da chamada Rodovia da Morte entre os piores do Brasil. Nem precisa. Ele tem na canela a cicatriz de um acidente que sofreu no percurso próximo a Caeté, na Grande Belo Horizonte. “Estava de moto e bati de frente em um carro. Quebrei a perna e tive várias escoriações”, detalha.
A duplicação, que segue a passos lentos, com várias paralisações e atrasos de pagamentos, é a esperança de quem convive com o perigo no trecho diariamente. O comerciante Rafael José Ferreira tem um ponto no Km 429 e é testemunha de vários acidentes. “No final do ano passado, um carro bateu de frente no outro e seis pessoas ficaram muito machucadas”, relembra. Um pouco mais à frente, no sentido Belo Horizonte, no km 430, uma curva é palco constante de desastres. “Sempre que chove tem acidente, pois os carros deslizam na curva”, detalha.
O comerciante Marli Fonseca passa constantemente pelo trecho, quando viaja entre Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, e a capital. “Essa parte é muito movimentada. É carro demais. Vira e mexe levo algum susto com fechada de caminhão”, explica. Poucos quilômetros depois do posto onde ele abastecia o carro, uma placa alerta para o perigoso trecho entre os kms 433 e 425: “Trecho com alto índice de acidentes”.