Por trás do crescente número de casos de dengue, das novas confirmações de zika e dos casos em investigação de febre chikungunya em Minas Gerais está a ansiedade de médicos e profissionais da saúde que convivem com um novo desafio – a busca pelo diagnóstico de novas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e a pressão por atendimento – a ser enfrentado em um cenário de velhos problemas, como a falta de insumos. A pouca informação ainda disponível sobre o zika vírus, por exemplo, tem elevado o alerta quanto à necessidade de análise adequada dos quadros e possíveis riscos à saúde. Enquanto isso, segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, os atendimentos referentes a casos suspeitos das três doenças tiveram aumento de 40% nas unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da capital.
O neurologista Osvaldo Bramussi Pires, professor da Faculdade Ipemed de Ciências Médicas, que tem atuação na rede pública e privada, conta que o clima é de incerteza entre médicos que enfrentam o problema na linha de frente, e reconhece que diagnosticar as novas doenças transmitidas pelo mosquito é um desafio. A ausência de dados confiáveis sobre o zika vírus incomoda. “Quando não há certeza (do diagnóstico), temos que pecar pelo excesso, investigar mais e deixar a pessoa mais próxima, mesmo que não seja internada, para definir qual é o quadro”, lembra. No caso da dengue, ele garante que outros fatores, como a identificação de plaquetas mais baixas em um exame de sangue, auxiliam nos resultados, e que o mesmo não ocorre com a zika. “Na zika não temos um fator clássico que facilite o diagnóstico”, afirma.
Diretor do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sindmed-MG) e médico de Família e Comunidade da Prefeitura de BH, Artur Oliveira afirma que, diante de uma epidemia já esperada todos os anos, os serviços de saúde, de modo geral, se preparam nos últimos instantes. Segundo ele, que atua no Centro de Saúde Marco Antônio de Menezes, no Horto, a situação registrada neste ano tem sido mais complicada, porque muitos pacientes apresentam quadro agravado em função da repetição da doença. “Quando o paciente tem a doença repetidas vezes, a tendência é de que tenha quadros cada vez mais graves, devido a reações imunológicas do corpo”, diz.
Outro desafio, segundo ele, é o volume de pacientes que necessitam de atenção rápida por suspeita de dengue, o que acaba colocando o atendimento a doentes com outros quadros e enfermidades “em segundo plano”. A similaridade dos sintomas da dengue com os de outras doenças é algo que ainda confunde os médicos. “A pessoa pode chegar com febre e em dois dias aquilo evoluir para uma faringite, mas ficamos sem poder descartar a dengue no início”, diz.
PRESSÃO A nova rotina imposta pela dengue aos hospitais também tem seus desafios na rede privada. Segundo a médica Cristiana Savoi, uma das coordenadoras da clínica médica da rede Mater Dei de saúde, o salto no número de atendimentos e a atenção para que outros casos não sejam diagnosticados como dengue são a maior preocupação neste momento de epidemia. “O pronto-socorro é a porta de entrada do serviço de urgência e o maior desafio, diante de um grande volume de pessoas, é saber discernir o paciente que vai para casa daquele que vai precisar de investigação imediata”, conta ela, reforçando a necessidade de um diagnostico diferencial para doenças que exigem manejo diferente
Atualmente, a rede recebe um volume de pacientes a serem atendidos, retornos que precisam ser acompanhados e pessoas preocupadas em descartar o diagnóstico de dengue, que lotam o atendimento, fazendo aumentar a espera. A orientação para os doentes com sintomas iniciais como febre, dor de cabeça e dor no corpo é observar por 48 horas, em repouso e com muita hidratação, a evolução dos sintomas. A médica lembra que entre os grupos de risco estão pacientes com outras doenças associadas, grávidas e crianças menores de 2 anos.
O neurologista Osvaldo Bramussi Pires, professor da Faculdade Ipemed de Ciências Médicas, que tem atuação na rede pública e privada, conta que o clima é de incerteza entre médicos que enfrentam o problema na linha de frente, e reconhece que diagnosticar as novas doenças transmitidas pelo mosquito é um desafio. A ausência de dados confiáveis sobre o zika vírus incomoda. “Quando não há certeza (do diagnóstico), temos que pecar pelo excesso, investigar mais e deixar a pessoa mais próxima, mesmo que não seja internada, para definir qual é o quadro”, lembra. No caso da dengue, ele garante que outros fatores, como a identificação de plaquetas mais baixas em um exame de sangue, auxiliam nos resultados, e que o mesmo não ocorre com a zika. “Na zika não temos um fator clássico que facilite o diagnóstico”, afirma.
Diretor do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sindmed-MG) e médico de Família e Comunidade da Prefeitura de BH, Artur Oliveira afirma que, diante de uma epidemia já esperada todos os anos, os serviços de saúde, de modo geral, se preparam nos últimos instantes. Segundo ele, que atua no Centro de Saúde Marco Antônio de Menezes, no Horto, a situação registrada neste ano tem sido mais complicada, porque muitos pacientes apresentam quadro agravado em função da repetição da doença. “Quando o paciente tem a doença repetidas vezes, a tendência é de que tenha quadros cada vez mais graves, devido a reações imunológicas do corpo”, diz.
Outro desafio, segundo ele, é o volume de pacientes que necessitam de atenção rápida por suspeita de dengue, o que acaba colocando o atendimento a doentes com outros quadros e enfermidades “em segundo plano”. A similaridade dos sintomas da dengue com os de outras doenças é algo que ainda confunde os médicos. “A pessoa pode chegar com febre e em dois dias aquilo evoluir para uma faringite, mas ficamos sem poder descartar a dengue no início”, diz.
PRESSÃO A nova rotina imposta pela dengue aos hospitais também tem seus desafios na rede privada. Segundo a médica Cristiana Savoi, uma das coordenadoras da clínica médica da rede Mater Dei de saúde, o salto no número de atendimentos e a atenção para que outros casos não sejam diagnosticados como dengue são a maior preocupação neste momento de epidemia. “O pronto-socorro é a porta de entrada do serviço de urgência e o maior desafio, diante de um grande volume de pessoas, é saber discernir o paciente que vai para casa daquele que vai precisar de investigação imediata”, conta ela, reforçando a necessidade de um diagnostico diferencial para doenças que exigem manejo diferente
Atualmente, a rede recebe um volume de pacientes a serem atendidos, retornos que precisam ser acompanhados e pessoas preocupadas em descartar o diagnóstico de dengue, que lotam o atendimento, fazendo aumentar a espera. A orientação para os doentes com sintomas iniciais como febre, dor de cabeça e dor no corpo é observar por 48 horas, em repouso e com muita hidratação, a evolução dos sintomas. A médica lembra que entre os grupos de risco estão pacientes com outras doenças associadas, grávidas e crianças menores de 2 anos.