Apreensão e angústia fazem parte da rotina da pediatra Ariete Araújo, que também é diretora do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) e denuncia problemas em unidades como a UPA Norte, onde atende. Segundo ela, a falta de medicamentos e insumos básicos, como lençol para macas, papel-toalha e outros itens de uso corriqueiro, fica mais evidente com a epidemia. Com o aumento da demanda, ela garante que a ausência desses materiais e de mão de obra é mais sentida por pacientes e profissionais. “Na escala da pediatria e enfermaria não tem reposição quando alguém sai de licença ou de férias. Se aumenta demanda, tem sobrecarga maior de trabalho”, acrescenta.
Procurada para se posicionar diante das queixas dos médicos, a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte informou que não há falta generalizada de medicamentos, insumos e materiais, mas que podem ocorrer faltas pontuais, em função de problemas na entrega pelo fornecedor e/ou recursos em processos licitatórios. Em nota, a secretaria informou ainda que o Plano de Contingência Assistencial contempla ações para o paciente, considerando a atenção básica, unidades de urgência, internação e transporte sanitário, com o objetivo principal de evitar a ocorrência de óbitos.
Entre as ações adotadas neste ano, segundo a pasta, está a instalação de leitos na UPA Odilon Behrens para hidratação venosa e atendimento clínico na UPA Venda Nova. Além disso, a secretaria sustenta que todas as UPAs já foram reforçadas com aumento no número de médicos e que o Plano de Contingência prevê ainda ampliação na equipe de acordo com a demanda de cada área. A secretaria não confirmou a falta de testes rápidos e informou que o exame não é obrigatório, mas que a PBH o disponibiliza para apoiar no diagnóstico diferenciado.