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Estado de Minas

Despejo de lixo e objetos aumenta focos do Aedes e acende alerta em BH

Apesar de campanhas de combate ao Aedes aegypti se concentrarem em domicílios, exemplos de focos que deveriam ser combatidos pelo poder público se espalham pela capital


postado em 01/03/2016 06:00 / atualizado em 01/03/2016 07:30

Segundo último levantamento de infestação, mais de 13% dos focos do mosquito foram encontradoS em áreas públicas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Segundo último levantamento de infestação, mais de 13% dos focos do mosquito foram encontradoS em áreas públicas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya, tem se concentrado principalmente na conscientização dos cidadãos. Um esforço para que moradores cuidem de suas casas, não deixando pratos de vasos de planta com água, recipientes virados para cima e qualquer tipo de lixo que possa servir de meio de reprodução para as larvas. Porém, o perigo também mora do lado de fora, em espaços públicos nos quais órgãos oficiais deveriam ser responsáveis pela limpeza e manutenção. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), que deveria realizar três vezes ao ano o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa), o percentual de focos de mosquito fora dos domicílios é de pelo menos 13,7%.

Não é difícil encontrar exemplos de focos de problemas ao ar livre, e bem perto de órgãos públicos. Na Região Norte de Belo Horizonte, por exemplo, a poucos metros da sede do governo estadual, uma grande quantidade de lixo se acumula em um terreno entre a via que dá acesso à Cidade Administrativa e a Rua da Cavalariça. Garrafas destampadas, potes de plástico e toda sorte de lixo sujam o local e expõem ao risco de contaminação os moradores vizinhos e os 17 mil servidores que trabalham por lá.
A ironia maior é que na Rua da Cavalariça há um estacionamento de caminhões de lixo contratados pela Prefeitura de Belo Horizonte. Na tarde de ontem, um veículo do governo do estado com a inscrição a “A guerra continua”, em referência a campanha de combate ao mosquito, estava estacionado ao lado das pilhas de lixo.

A Intendência da Cidade Administrativa, órgão que administra o local, informou, em nota, que está fazendo, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde, um mapeamento de todo o entorno da sede do governo. “Esse levantamento, que abrange a Rua da Cavalariça, será concluído na próxima sexta-feira . A partir daí, serão iniciados os trabalhos de limpeza”, diz o texto.

Distante dali, no Bairro Taquaril, na Região Leste, na Rua Santa Rita, pneus e dezenas de garrafas estão expostas no que deveria ser uma calçada. Além disso, lixo e entulho acumulam água e servem de criatório para as larvas do mosquito. A Secretaria Municipal de Saúde de BH não se posicionou, até o fechamento da edição, sobre o assunto.

COBERTOR CURTO Os agentes de combate a endemias deveriam fazer o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa), que mede a infestação larvária na capital, em três ocasiões ao ano. Porém, segundo informação da Secretaria Municipal, houve uma orientação do Ministério da Saúde para que o levantamento não fosse feito em janeiro (período chuvoso) e em março (fim da estação), pois o objetivo é que os agentes “priorizem o combate aos focos”.

O objetivo do Liraa é retratar a situação do município, checando em qual grau de infestação se encontra e indicar em quais recipientes o mosquito coloca seus ovos. Esse índice, que é calculado pelo número de casas que apresentam larvas do inseto, é considerado aceitável quando é inferior a 1%. Percentuais entre 1% e 3,9% mostram situação de alerta. Quando a infestação é superior a 3,9%, há risco de surto de dengue.

O último Liraa, realizado em outubro de 2015, identificou um aumento no percentual de focos do mosquito dentro dos domicílios, de 80% para 86,3%, na comparação com outubro de 2014. Em 22 de dezembro foi decretada situação de emergência em Belo Horizonte, diante da infestação pelo mosquito Aedes aegypti.

ENGAJAMENTO Outro problema que se tornou recorrente na cidade é o lixo acumulado em calçadas, especialmente nas portas de prédios. No fim de janeiro, a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) alterou o horário de coleta em 50 bairros da capital, nos quais os caminhões deixaram de passar durante o dia, recolhendo o lixo apenas após 19h. Com isso, muitos moradores saem de casa pela manhã e deixam os sacos diante de suas casas durante todo o dia. Além da sujeira e do mau-cheiro, os detritos ficam expostos à ação de animais e não é raro que sejam rasgados e carregados pela enxurrada em dias de temporal, o que também causa entupimento de bueiros e galerias.

“As pessoas precisam entender que vivem em sociedade e precisam respeitar regras. Não se pode deixar o lixo o dia inteiro na rua, e quem faz isso está sujeitos amulta. O poder público só não dá conta”, pondera a presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil Seção Minas Gerais (IAB-MG), Rose Guedes. Ela convoca também uma mobilização para monitorar possíveis criatórios do Aedes aegypti: “Os cidadãos têm que ser ativos. Ligar para a prefeitura, fotografar com o celular, enviar fotos para a imprensa, mobilizar os vizinhos e fazer o possível para manter a cidade livre dos focos do mosquito”.

Enquanto isso... Agentes entram em prédio abandonado


Agentes da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) entraram ontem em um prédio abandonado na Rua Patagônia, Bairro Sion, Região Centro-Sul da capital mineira, onde foram encontrados diversos focos do Aedes aegypti. O local, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, estava fechado e chegou a ser invadido por moradores de rua. Uma equipe da gerência de manutenção fez um buraco na parede do imóvel para facilitar o acesso dos agentes.


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