A Polícia Civil aguarda o resultado de exames realizados no corpo da adolescente Giovanna Costa de Cillo, de 14 anos, morta em 14 de fevereiro, em Alfenas, no Sul de Minas, para confirmar a autoria do crime. Contradições no depoimento, fizeram os investigadores pedir a prisão temporária de um jovem de 24 anos que tinha um relacionamento amoroso com a vítima. O homem, que foi preso nessa segunda-feira, apareceu em vídeo, divulgado um dia depois do crime, confessando o homicídio. Detalhes do inquérito foram passados pelo delegado Márcio Cavalcante, na tarde desta terça-feira.
Um dos pontos do depoimento de Lucas de Assis Ferreira que foi contestado pela polícia foi que ele diz não conhecer a adolescente. Porém, testemunhas ouvidas na investigação confirmaram que os dois estavam juntos na noite do crime em um bar próximo à estrada onde o corpo da menina foi encontrado. Segundo a Polícia Civil, no estabelecimento é comum a prática de tráfico de drogas. Outro ponto que comprova a relação entre o jovem e a vítima é que ela era vista constantemente na casa de Lucas, localizada no conjunto habitacional Jardim das Alterosas.
O corpo de Giovanna foi encontrado por volta das 5h, em 14 de fevereiro, em uma via de terra conhecida como Estrada do Pântano, depois de a Polícia Militar receber uma denúncia. Há suspeita de que a menina tenha sido estrangulada e vítima de estupro. Próximo ao corpo foi encontrado um celular.
Em depoimento, Lucas afirmou que no dia do homicídio estava com o irmão, que também foi ouvido e confirmou a versão. Porém, as investigações apontaram o contrário. “Foi comprovado que o irmão do investigado esteve em uma loja de conveniência durante a madrugada (na data do crime), mas sem a presença de seu irmão, fato comprovado por imagens de câmeras de segurança e por testemunhas”, esclareceu o delegado Márcio Cavalcante. Por causa das contradições, foi pedido à Justiça o mandado de prisão temporária, cumprido nessa segunda-feira.
Vídeo de confissão
A suspeita sobre o jovem surgiu depois que imagens dele confessando o crime circularam pelas redes sociais (Assista no fim da reportagem). No vídeo, ele aparece sem camisa e com os braços amarrados para cima. Um homem que não aparece nas imagens pergunta a ele que motivos o levaram a matar a garota. “Eu estava muito chapado. Fazia uns oito ou nove meses que eu tinha um relacionamento com ela. Aí, eu estava muito louco e matei ela (sic) enforcada”, afirma.
Em outra cena, o homem que parece torturá-lo diz que as atitudes do jovem não foram corretas. “Está certo. Eu estava muito louco mesmo, por isso que fiz essa loucura”, concordou o suspeito. Em depoimento ao delegado responsável pelo crime, o suspeito admitiu que a gravação era real. Porém, alega que teria sido obrigado, por meio de tortura, a assumir que matou a jovem. Ele também argumentou não saber quem eram as pessoas que o haviam torturado.
Porém, segundo a Polícia Civil, o vídeo não foi utilizado nas investigações, pois o jovem aparece relatando o caso sob tortura e não se trata de um depoimento oficial. Um inquérito foi instaurado para apurar as agressões sofridas por Lucas.