Em todo caso, com 43 mil imóveis domiciliares, Fabriciano tem menos agentes do que deveria. São 35, além de outros quatro direcionados a pontos estratégicos, que fiscalizam imóveis de maior risco, como borracharias, por exemplo. Para minimizar a defasagem, a Secretaria Municipal de Saúde colocou também os agentes comunitários de saúde como identificadores de foco, mas esses não podem manusear larvicidas ou inseticidas.
É cedo para falar em recuperação, inclusive porque o número de casos é bem maior do que o vivenciado no passado. Enquanto em todo o ano de 2013 Fabriciano teve cerca de 9 mil casos, até a nona semana epidemiológica de 2016 já são mais de 5 mil. Mas os números de notificações já começaram a cair após as medidas de enfrentamento adotadas.
Delma Lúcia Martins Costa, de 57 anos, funcionária do Serviço de Medicina e Segurança do Trabalho do município, está impressionada com o aumento de licenças médicas. “Quando não é zika, é dengue”, comenta a moradora, que há um mês também contraiu a febre zika. Enquanto recebia a visita de um agente de controle de endemias, ele próprio vítima da dengue este ano, mostrava como aprendeu a manter as plantas, de que tanto gosta, sem precisar acumular água e favorecer a proliferação do mosquito.
Uma das apostas do município é em um complexo homeopático que o secretário de Saúde, Rubens Castro, faz questão de deixar claro que não é uma vacina. “São duas gotinhas, que podem ser tomadas a cada seis meses, e que têm a função de aguçar o sistema imunológico. Quem tem acesso ao complexo pode ter a imunidade fortalecida”, sugere. A estratégia, adotada desde 2009, foi inspirada na experiência de uma cidade fluminense. Mas, segundo Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, não há comprovação científica para a eficácia de tal composto..