O corpo do funcionário da Integral Engenharia Aílton Martins dos Santos, de 55 anos, encontrado dentro da cabine de um caminhão-pipa em meio ao mar de lama que vazou da Barragem do Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, foi reconhecido por familiares no necrotério da cidade por meio de sinais como uma cicatriz, o cabelo e roupas, além do prefixo do caminhão onde foi encontrado. Ele é a penúltima vítima reconhecida da tragédia que deixou outras 17 pessoas mortas. O corpo será enterrado em Catas Altas, onde a vítima morava. Ainda há um desaparecido.
Militares do Corpo de Bombeiros encontraram o corpo de Aílton em um caminhão que estava perto de local conhecido como Tomada d'Água na Barragem do Fundão. A vítima foi encontrada após escavações feitas pelas equipes de busca, que continuam o trabalho no local, 800 metros abaixo da área do rompimento. Continua desaparecido o funcionário da Samarco Edmirson José Pessoa, de 48.
Aílton era morador de Morro de Água Quente, distrito colonial de Catas Altas, a 120 quilômetros de Belo Horizonte. Ele tinha sido contratado em 8 de outubro do ano passado. O condutor era casado com Dona Mirtes havia 34 anos. Querido no povoado em que morava, a 40 quilômetros de Mariana, deixou dois filhos e uma filha.
O rompimento da Barragem do Fundão, na tarde de 5 de novembro, arrasou o distrito de Bento Rodrigues, onde moravam seis das 18 vítimas. As outras trabalhavam na mina no momento do desastre. Entre os mortos, duas crianças: Emanuelle, de 5, e Thiago, de 7. A avalanche de lama também destruiu parte de Barra Longa e causou vários prejuízos nas cidades ao longo do curso do Rio Doce até o estado do Espírito Santo.