Desde novembro, quando o rompimento da Barragem do Fundão causou o maior desastre socioambiental do Brasil, a cidade deixou de receber cerca de R$ 4 milhões da Samarco por meio da Compensação Financeira sobre Exploração de Minério (Cfem). O pagamento do tributo foi interrompido depois de o Estado suspender as atividades da mineradora.
O tributo corresponde a aproximadamente 21% da arrecadação mensal de Mariana (R$ 19 milhões). A perda na receita é agravada pela crise na mineração, com a queda do preço da tonelada do minério ao longo dos últimos anos. Em 12 meses, por exemplo, o valor despencou de US$ 130 para US$ 40.
A Samarco já protocolizou na Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana (Supram) um pedido de licenciamento para a disposição de rejeitos em duas cavas do complexo onde ficava Fundão. A intenção da mineradora é depositar o fino na cava conhecida como Alegria Sul. O arenoso, na cava da Germano.
Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) informou que “foram requeridos diversos estudos técnicos, que vão instruir o processo, a fim de embasar a decisão do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) acerca do licenciamento. É importante destacar que o processo de licenciamento levará em conta o rompimento da barragem e suas consequências”.
A Semad acrescenta que é preciso confirmar se há “um entendimento de que a disposição dos rejeitos nessas duas cavas realmente é o melhor caminho e, principalmente, se não haverá nenhum outro prejuízo para o meio ambiente e para a população da região”.
Hoje, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior, deve divulgar um comunicado sobre a passeata. O texto deve conter o seguinte parágrafo: “Neste momento, é importante que aquele marianense que entende a importância da empresa para a cidade, que está vendo e sofrendo as consequências ruins dessa paralisação, venha caminhar pacificamente conosco no sábado”. O ato está previsto para começar às 9h, em frente à Arena Mariana. (PHL).