O tenente Pedro Henrique Barreto, da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), que não estava no local da ocorrência, disse que, depois de alerta na rede de rádio da PM sobre a fuga dos assassinos pela BR-040 em direção a BH, foram montados pontos de bloqueio. “A placa que foi informada na rede de rádio correspondia à do veículo. Os policiais que estavam na alça de saída da BR-040 para o Anel Rodoviário, ao avistarem o veículo suspeito, sinalizaram para parar. Mas, como o motorista seguiu e jogou o carro em direção aos agentes, foram disparados dois tiros”, argumentou.
Depois que o motorista parou, foi feita a abordagem e constataram-se irregularidades em relação ao veículo, como tarjeta da placa com nome de cidade diferente do documento, pneus dianteiros desgastados e películas dos vidros com transparência abaixo do especificado pela legislação. Foram lavradas quatro multas, incluindo a de parada em local proibido. O empresário e duas passageiras do carro foram levados para o plantão policial do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MG) e um boletim de ocorrência seria registrado, com acusações de direção perigosa e desobediência a sinal de parada.
Já a sala de imprensa da PM informou que no bloqueio realizado no Km 533, no Anel Rodoviário, as viaturas foram posicionadas na via, com dois militares no acostamento, dois na parte de trás dos veículos e outro na alça de acesso. Segundo a PM, foi observado a aproximação de um veículo idêntico ao dos suspeitos. Os policiais afirmam que deram ordem de parada, usando apito e sinais de braço, mas o carro não obedeceu. A polícia alega que o motorista seguiu em velocidade elevada na alça do Anel Rodoviário, em direção ao Rio de Janeiro, avançando em direção ao militar. Como o policial ficou com a integridade física ameaçada, deu dois tiros contra o veículo. Os policiais alegam que os vidros eram muito escuros e que não foi possível ver quantas pessoas estavam no carro.
Susto e pedido de desculpas
O empresário L.M., de 29 anos, e sua namorada A.S., de 30, dona da Duster, garantem que os militares não fizeram sinal de parada e atiraram sem qualquer justificativa. Uma mulher de 36 anos, que também seguia no banco de trás do carro, reforçou as afirmações do casal e contou que depois que os agentes da PMRv perceberam que não se tratavam de bandidos, pediram desculpas ao empresário.
L., demonstrando tranquilidade, considerou que a ação policial aponta para a falta de preparo dos militares. “Não estava correndo. Entrei na alça em velocidade moderada, até mesmo pelo risco do trecho. Quando percebi que atiraram, parei imediatamente, desci e foi quando eles perceberam que eu não era criminoso”.
O empresário disse que os vidros do veículo estavam fechados. Um tiro atingiu a janela do lado do motorista na altura do painel e outro, a porta.