Acidente no São Bento: família procura vítima no IML e a reencontra viva no hospital

Parentes do ajudante de caminhão Rodrigo Barbosa Vicente, ferido no desastre, receberam a falsa comunicação de morte quando viajavam para BH. Confusão aconteceu por causa da semelhança entre nomes

João Henrique do Vale Paula Carolina
Rodrigo Barbosa Vicente segue internado no Hosptal João XXIII - Foto: Arquivo Pessoal
Familiares de Rodrigo Barbosa Vicente, de 36 anos, ajudante que estava no caminhão que tombou nessa quarta-feira, no Bairro São Bento, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, passaram por um momento de desespero na noite desta quinta-feira. Enquanto viajavam para Belo Horizonte para encontrar com o homem, receberam a notícia que ele tinha morrido. A esposa de Rodrigo, Simone Bezerra da Silva, de 43, e o irmão dele, Valdecir Ferreira Cardozo, de 43, chegaram a ir no Instituto Médico Legal (IML) para reconhecer o corpo. Mas, foram informados que o ajudante ainda estava internado no Hospital João XXIII. O alívio só veio por volta das 21h30, quando Simone conseguiu entrar na unidade de saúde e se encontrar com o companheiro.

A esposa de Rodrigo, Simone Bezerra, de 43 anos, saiu de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, ainda na manhã desta quinta-feira, junto com o cunhado, Valdecir Ferreira, e o dono do caminhão acidentado, Jamil Jacob. A única notícia que tinham antes de partir era de que o ajudante tinha sido operado. Porém, no meio do trajeto até a capital mineira, por volta das 14h, foram informados de que ele tinha morrido.
Por causa disso, foram direto para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer o reconhecimento do corpo. Mas, chegando lá, reconheceram apenas o corpo do motorista do caminhão, Jorge Ricardo Ferreira da Cunha, de 52. "Falaram que tinha um rapaz de 17 anos vítima de atropelamento. Mas não batia", disse Valdecir.

Esposa do ajudante conseguiu encontrá-lo no Hospital João XXIII - Foto: Paula Carolina / EM/D.A.PressOs familiares ficaram aproximadamente uma hora no IML, até que receberam, pela equipe do Estado de Minas, a informação de que Rodrigo continuava internado no Hospital João XXIII. Na unidade de saúde, foram atendidos por assistentes sociais, que os levaram até o paciente. “Ele falou que foi operado, que está bem. Meu marido está vivo, eu amo ele. E agora a gente vai se casar e viver juntos para sempre. Até que a morte nos separe”, desabafou Simone, depois de desfeita a confusão. Os dois moram juntos há 16 anos e têm uma filha de 12.

O desencontro nas informações sobre a suposta morte do ajudante ocorreu por causa da semelhança entre o nome dele e o de outro paciente que estava internado no hospital – Adenildo Barbosa Inocêncio, que morreu. Adenildo também sofreu acidente de trânsito e tinha 34 anos, dois a menos que Rodrigo. Como o ajudante Rodrigo Barbosa Vicente foi levado para o hospital sem a documentação e estava na UTI, houve a confusão com os nomes.


O acidente

Rodrigo fazia a segunda viagem dele para o dono do caminhão. Às 16h57 de quarta-feira, como mostram as imagens das câmeras de segurança de imóveis próximos, o acidente aconteceu. Segundo a Polícia Militar, o caminhão placa LCE 2467, de São Gonçalo (RJ), desceu um trecho íngreme da Rua Centauro, invadiu a contramão da Avenida Cônsul Antônio Cadar, bateu na mureta de uma quadra de peteca e tombou no canteiro da calçada. A manicure Melrilene Cavalcanti da Silva, de 23, estava passando e morreu ao ser atingida pelo veículo, que transportava carga de cimento. O motorista do caminhão, Jorge Ricardo Ferreira da Cunha, de 52, também morreu na hora. O ajudante Rodrigo foi socorrido com ferimentos graves.

Veja vídeos do momento do acidente




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