Na primeira gravidez, aos 21 anos, as dúvidas e preocupações são muitas, mas ela prefere se manter positiva e se preservar. “Ninguém sabe se (o zika) tem ou não relação com microcefalia.
Com o diagnóstico em mãos, ela permanece visitando sua obstetra na rede particular, mas também passou por consulta no Hospital Odilon Behrens, referência para esse tipo de atendimento. “Todos os médicos dizem a mesma coisa, que o primeiro trimestre é o mais perigoso, que não tem nada comprovado, me mandam ter calma e acompanhar a gravidez de perto”, disse a jovem. Há duas semanas, Isabela realizou o exame morfológico que apontou a normalidade do feto. Outro exame será realizado daqui a cinco semanas para acompanhar o desenvolvimento do bebê. Sem informações sobre a força do zika em Minas, ela se mostrou preocupada com outras grávidas que enfrentam situação parecida. “Sabe como estão os bebês... Se algum já nasceram, se tiveram problemas?”, perguntou, reforçando o momento de ansiedade.
ACOMPANHAMENTO A circulação do zika vírus e a contaminação de 47 gestantes confirmadas por exames realizados pela Funed desde o início de fevereiro elevam o alerta entre mulheres que estão à espera de um bebê. Para garantir um acompanhamento mais próximo das gestantes com sinais da doença, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), com base nos protocolos do Ministério da Saúde e definições da Organização Mundial de Saúde (OMS), elaborou fluxogramas para o acompanhamento de seis situações clínicas distintas envolvendo gestantes, fetos e recém-nascidos. A proposta é monitorar um universo maior de casos no estado, partindo do pressuposto de que ainda não é possível saber as consequências do vírus no desenvolvimento do feto e do recém-nascido.
Sobre as preocupações em torno do zika, Virgílio Queiroz, coordenador da Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde da capital, lembra a dificuldade do diagnóstico, já que 80% das pessoas contaminadas podem não apresentar sintomas.
Glauco Pereira, chefe do serviço de virologia e riquetsioses da Funed, conta que para diagnosticar o zika o laboratório trabalha com dois protocolos: casos suspeitos (pacientes sintomáticos) e microcefalia, em que são analisadas amostras de gestantes sintomáticas e de recém-nascidos. Nos casos suspeitos de zika, é feito somente o exame para detecção do vírus, e, no protocolo de microcefalia, são realizados os exames para dengue, zika e chikungunya. “Primeiro é realizado o exame de suspeita principal e posteriormente os demais exames”, diz.
No caso de Isabela, Pereira conta que inicialmente um exame de chikungunya foi pedido pelo obstetra da paciente e depois um exame para o diagnóstico do zika vírus foi solicitado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Belo Horizonte (CIEVS-BH). Quanto ao diagnóstico duplo de dengue e zika, o chefe do serviço de virologia da Funed explica que como dengue e zika são vírus do mesmo gênero (Flavivírus) pode ocorrer uma reação cruzada em exames baseados na detecção de antígenos/anticorpos. O teste realizado pela Funed, segundo ele, é qualitativo, ou seja, não quantifica a carga viral na amostra, e não pode ser repetido porque a gestante estaria fora do prazo recomendado para a detecção do vírus.
Frutal tem duas mortes por H1N1
A Secretaria Municipal de Saúde de Frutal, no Triângulo Mineiro, confirmou ontem, a morte de um homem de 60 anos em decorrência da gripe transmitida pelo vírus H1N1. Segundo a pasta, o óbito é o segundo provocado pela doença registrado em 2016 na cidade. Somente em 2016, Frutal já contabiliza oito casos suspeitos da gripe de H1NI. Amostras de sangue dos pacientes estão sendo analisadas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. Em 2015, o município teve uma morte ligada ao vírus. Dados da Secretaria de Estado de Saúde mostram que 15 pessoas morreram vítimas da H1N1 em Minas no ano passado..