Isabela (nome fictício) teve zika confirmada por exames laboratoriais feitos pela Fundação Ezequiel Dias nesta semana. Na 18ª semana de gestação, ela teve coceira e manchas vermelhas no corpo e procurou a Maternidade Octaviano Neves, em Belo Horizonte. Como apresentou alteração no fígado, permaneceu internada por seis dias. Nesse período, passou por vários exames, mas nenhum acusou infecção por dengue ou outro vírus transmitido pelo Aedes aegypti. Em um laboratório particular, procurado depois que ela deixou o hospital, o resultado foi positivo. “Me acalmei e não fiz o teste para zika, achei que era só dengue mesmo”, conta. Agora, com 23 semanas, a gestante recebeu a notícia que não esperava: foi contaminada pelo zika e precisará de assistência médica especial.
Na primeira gravidez, aos 21 anos, as dúvidas e preocupações são muitas, mas ela prefere se manter positiva e se preservar. “Ninguém sabe se (o zika) tem ou não relação com microcefalia. Ninguém sabe se toda grávida infectada realmente vai passar pro bebê”, desabafa. “O que estou fazendo é me apegar a coisas boas e pedir proteção a Deus. Eu tenho certeza de que meu bebê vai nascer perfeito”, acrescenta a jovem moradora do Bairro Cidade Nova, que questiona os resultados dos exames enviados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).“Eu não esperava esse resultado tanto tempo depois. E o relatório que foi apresentado não aponta a quantidade de vírus encontrada em seu sangue nem tem informações que possam ser avaliadas por outros especialistas”, reforça ela, que sinalizou o desejo de que o exame fosse repetido. “Como posso ter tido resultado positivo para dengue e zika?”, questiona.
Com o diagnóstico em mãos, ela permanece visitando sua obstetra na rede particular, mas também passou por consulta no Hospital Odilon Behrens, referência para esse tipo de atendimento. “Todos os médicos dizem a mesma coisa, que o primeiro trimestre é o mais perigoso, que não tem nada comprovado, me mandam ter calma e acompanhar a gravidez de perto”, disse a jovem. Há duas semanas, Isabela realizou o exame morfológico que apontou a normalidade do feto. Outro exame será realizado daqui a cinco semanas para acompanhar o desenvolvimento do bebê. Sem informações sobre a força do zika em Minas, ela se mostrou preocupada com outras grávidas que enfrentam situação parecida. “Sabe como estão os bebês... Se algum já nasceram, se tiveram problemas?”, perguntou, reforçando o momento de ansiedade.
ACOMPANHAMENTO A circulação do zika vírus e a contaminação de 47 gestantes confirmadas por exames realizados pela Funed desde o início de fevereiro elevam o alerta entre mulheres que estão à espera de um bebê. Para garantir um acompanhamento mais próximo das gestantes com sinais da doença, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), com base nos protocolos do Ministério da Saúde e definições da Organização Mundial de Saúde (OMS), elaborou fluxogramas para o acompanhamento de seis situações clínicas distintas envolvendo gestantes, fetos e recém-nascidos. A proposta é monitorar um universo maior de casos no estado, partindo do pressuposto de que ainda não é possível saber as consequências do vírus no desenvolvimento do feto e do recém-nascido.
Sobre as preocupações em torno do zika, Virgílio Queiroz, coordenador da Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde da capital, lembra a dificuldade do diagnóstico, já que 80% das pessoas contaminadas podem não apresentar sintomas. “As doenças exantemáticas são muito parecidas, se o paciente fizer o teste fora do momento ideal há um falso positivo com dengue”, alerta Queiroz, que afirma que todas as doenças transmitidas pelo vetor são mais sérias em grávidas.
Glauco Pereira, chefe do serviço de virologia e riquetsioses da Funed, conta que para diagnosticar o zika o laboratório trabalha com dois protocolos: casos suspeitos (pacientes sintomáticos) e microcefalia, em que são analisadas amostras de gestantes sintomáticas e de recém-nascidos. Nos casos suspeitos de zika, é feito somente o exame para detecção do vírus, e, no protocolo de microcefalia, são realizados os exames para dengue, zika e chikungunya. “Primeiro é realizado o exame de suspeita principal e posteriormente os demais exames”, diz.
No caso de Isabela, Pereira conta que inicialmente um exame de chikungunya foi pedido pelo obstetra da paciente e depois um exame para o diagnóstico do zika vírus foi solicitado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Belo Horizonte (CIEVS-BH). Quanto ao diagnóstico duplo de dengue e zika, o chefe do serviço de virologia da Funed explica que como dengue e zika são vírus do mesmo gênero (Flavivírus) pode ocorrer uma reação cruzada em exames baseados na detecção de antígenos/anticorpos. O teste realizado pela Funed, segundo ele, é qualitativo, ou seja, não quantifica a carga viral na amostra, e não pode ser repetido porque a gestante estaria fora do prazo recomendado para a detecção do vírus.
Frutal tem duas mortes por H1N1
A Secretaria Municipal de Saúde de Frutal, no Triângulo Mineiro, confirmou ontem, a morte de um homem de 60 anos em decorrência da gripe transmitida pelo vírus H1N1. Segundo a pasta, o óbito é o segundo provocado pela doença registrado em 2016 na cidade. Somente em 2016, Frutal já contabiliza oito casos suspeitos da gripe de H1NI. Amostras de sangue dos pacientes estão sendo analisadas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. Em 2015, o município teve uma morte ligada ao vírus. Dados da Secretaria de Estado de Saúde mostram que 15 pessoas morreram vítimas da H1N1 em Minas no ano passado.
Na primeira gravidez, aos 21 anos, as dúvidas e preocupações são muitas, mas ela prefere se manter positiva e se preservar. “Ninguém sabe se (o zika) tem ou não relação com microcefalia. Ninguém sabe se toda grávida infectada realmente vai passar pro bebê”, desabafa. “O que estou fazendo é me apegar a coisas boas e pedir proteção a Deus. Eu tenho certeza de que meu bebê vai nascer perfeito”, acrescenta a jovem moradora do Bairro Cidade Nova, que questiona os resultados dos exames enviados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).“Eu não esperava esse resultado tanto tempo depois. E o relatório que foi apresentado não aponta a quantidade de vírus encontrada em seu sangue nem tem informações que possam ser avaliadas por outros especialistas”, reforça ela, que sinalizou o desejo de que o exame fosse repetido. “Como posso ter tido resultado positivo para dengue e zika?”, questiona.
Com o diagnóstico em mãos, ela permanece visitando sua obstetra na rede particular, mas também passou por consulta no Hospital Odilon Behrens, referência para esse tipo de atendimento. “Todos os médicos dizem a mesma coisa, que o primeiro trimestre é o mais perigoso, que não tem nada comprovado, me mandam ter calma e acompanhar a gravidez de perto”, disse a jovem. Há duas semanas, Isabela realizou o exame morfológico que apontou a normalidade do feto. Outro exame será realizado daqui a cinco semanas para acompanhar o desenvolvimento do bebê. Sem informações sobre a força do zika em Minas, ela se mostrou preocupada com outras grávidas que enfrentam situação parecida. “Sabe como estão os bebês... Se algum já nasceram, se tiveram problemas?”, perguntou, reforçando o momento de ansiedade.
ACOMPANHAMENTO A circulação do zika vírus e a contaminação de 47 gestantes confirmadas por exames realizados pela Funed desde o início de fevereiro elevam o alerta entre mulheres que estão à espera de um bebê. Para garantir um acompanhamento mais próximo das gestantes com sinais da doença, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), com base nos protocolos do Ministério da Saúde e definições da Organização Mundial de Saúde (OMS), elaborou fluxogramas para o acompanhamento de seis situações clínicas distintas envolvendo gestantes, fetos e recém-nascidos. A proposta é monitorar um universo maior de casos no estado, partindo do pressuposto de que ainda não é possível saber as consequências do vírus no desenvolvimento do feto e do recém-nascido.
Sobre as preocupações em torno do zika, Virgílio Queiroz, coordenador da Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde da capital, lembra a dificuldade do diagnóstico, já que 80% das pessoas contaminadas podem não apresentar sintomas. “As doenças exantemáticas são muito parecidas, se o paciente fizer o teste fora do momento ideal há um falso positivo com dengue”, alerta Queiroz, que afirma que todas as doenças transmitidas pelo vetor são mais sérias em grávidas.
Glauco Pereira, chefe do serviço de virologia e riquetsioses da Funed, conta que para diagnosticar o zika o laboratório trabalha com dois protocolos: casos suspeitos (pacientes sintomáticos) e microcefalia, em que são analisadas amostras de gestantes sintomáticas e de recém-nascidos. Nos casos suspeitos de zika, é feito somente o exame para detecção do vírus, e, no protocolo de microcefalia, são realizados os exames para dengue, zika e chikungunya. “Primeiro é realizado o exame de suspeita principal e posteriormente os demais exames”, diz.
No caso de Isabela, Pereira conta que inicialmente um exame de chikungunya foi pedido pelo obstetra da paciente e depois um exame para o diagnóstico do zika vírus foi solicitado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Belo Horizonte (CIEVS-BH). Quanto ao diagnóstico duplo de dengue e zika, o chefe do serviço de virologia da Funed explica que como dengue e zika são vírus do mesmo gênero (Flavivírus) pode ocorrer uma reação cruzada em exames baseados na detecção de antígenos/anticorpos. O teste realizado pela Funed, segundo ele, é qualitativo, ou seja, não quantifica a carga viral na amostra, e não pode ser repetido porque a gestante estaria fora do prazo recomendado para a detecção do vírus.
Frutal tem duas mortes por H1N1
A Secretaria Municipal de Saúde de Frutal, no Triângulo Mineiro, confirmou ontem, a morte de um homem de 60 anos em decorrência da gripe transmitida pelo vírus H1N1. Segundo a pasta, o óbito é o segundo provocado pela doença registrado em 2016 na cidade. Somente em 2016, Frutal já contabiliza oito casos suspeitos da gripe de H1NI. Amostras de sangue dos pacientes estão sendo analisadas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. Em 2015, o município teve uma morte ligada ao vírus. Dados da Secretaria de Estado de Saúde mostram que 15 pessoas morreram vítimas da H1N1 em Minas no ano passado.