Trajes masculinos e femininos, chapéus enfeitados com flores, penas ou rendas, luvas de cetim e joias pertencentes à comissão construtora da capital e às famílias pioneiras. O acervo vai compor o Museu da Moda, da Fundação Municipal de Cultura (FMC), a ser inaugurado em setembro no prédio em estilo neogótico localizado na esquina da Rua da Bahia com Avenida Augusto de Lima, no Centro. Segundo o presidente da instituição, arquiteto Leônidas Oliveira, já estão armazenadas cerca de 2 mil peças que vão do século 19 à década de 1970 e guardam parte da história da cidade fundada em 1897. “O Museu da Moda vai mostrar vestimentas e objetos de época originais. Moda não é apenas tecido, é muito mais, pois envolve comportamento, costumes e outros aspectos”, afirma o dirigente.
Entre as providências tomadas para receber as coleções no futuro museu, o arquiteto cita a aquisição de estantes deslizantes, armários, cabideiros, além da climatização de todo o ambiente. Leônidas adianta que será restaurada, em breve, a fachada do prédio por onde já passaram a sede do Legislativo municipal, o antigo Museu de Mineralogia e o Centro Cultural de BH. Os recursos para a reforma estão assegurados via programa de adoção, devendo a construção receber novo de projeto iluminação externa para valorizar seu estilo imponente. Já para a montagem do museu, os recursos estão assegurado também pelo programa municipal Adote um bem cultural.
Outra medida em andamento, e a cargo de uma comissão especial, é a elaboração do projeto museológico, que trata do planejamento e conceito. Sobre a relevância e diferencial do futuro Museu da Moda, Leônidas ressalta que BH é um polo de negócios no setor, tem muitos vários cursos superiores em moda e sempre foi referência em vestidos de festas. “Mas é preciso destacar também a história por meio das roupas masculinas e femininas, acessórios e outros objetos de uso pessoal”, afirma. No Brasil, explica, há museus sobre o assunto em Salvador, que contempla apenas as vestimentas, e Canela (RS), com réplicas e exposições temporárias.
O acervo guardado no MHAB é uma festa para os olhos, um deleite para a sensibilidade e um painel da vida em Belo Horizonte durante quase um século. Na tarde de ontem, a gestora do CR Moda, Marta Guerra, explicava que o acervo se compõe de legítimas peças históricas, que revelam modos de vida, estilos de uma época, enfim, um recorte da capital. “Moda e tecnologia são divisores de águas, pontos que marcam bem as gerações”, disse Marta, enquanto mostrava chapéus de homens e mulheres de outros tempos. Na mostra permanente, os visitantes poderão admirar ainda roupas do reinado de Nossa Senhora do Rosário.
DIA SEGUINTE Atualmente, no MHAB, uma equipe se debruça sobre a descrição, catalogação e inventário das indumentárias recebidas em doação e preparadas para o tombamento. Num cabideiro, chama a atenção o robe de jour, roupa branca, com cauda, confeccionada em puro algodão e com muitas rendas. Responsável pelo serviço, estilista e professora de pós-graduação em moda, Carolina Bicalho conta uma curiosidade sobre a peça: trata-se “da roupa do dia seguinte”, que as noivas usavam, no século 19, para tomar café com o marido na manhã após o casamento. A peça pertenceu a Leopoldina Tavares Portocarrero, avó da cantora lírica Lia Salgado e da atriz Tônia Carrero. A consultora cultural Marília Salgado, bisneta de Leopoldina e uma das idealizadoras do CR Moda de BH, informa que o modelo data de 1870 e nunca foi usado por nenhuma descendente. Ao lado, a artista plástica e restauradora Susan Barnes, do MHAB, mostra um vestido preto, com silhueta da década de 1920, confeccionado em tule com forro de malha dourado e enfeitado com rendas e bordados.
Entre as providências tomadas para receber as coleções no futuro museu, o arquiteto cita a aquisição de estantes deslizantes, armários, cabideiros, além da climatização de todo o ambiente. Leônidas adianta que será restaurada, em breve, a fachada do prédio por onde já passaram a sede do Legislativo municipal, o antigo Museu de Mineralogia e o Centro Cultural de BH. Os recursos para a reforma estão assegurados via programa de adoção, devendo a construção receber novo de projeto iluminação externa para valorizar seu estilo imponente. Já para a montagem do museu, os recursos estão assegurado também pelo programa municipal Adote um bem cultural.
Outra medida em andamento, e a cargo de uma comissão especial, é a elaboração do projeto museológico, que trata do planejamento e conceito. Sobre a relevância e diferencial do futuro Museu da Moda, Leônidas ressalta que BH é um polo de negócios no setor, tem muitos vários cursos superiores em moda e sempre foi referência em vestidos de festas. “Mas é preciso destacar também a história por meio das roupas masculinas e femininas, acessórios e outros objetos de uso pessoal”, afirma. No Brasil, explica, há museus sobre o assunto em Salvador, que contempla apenas as vestimentas, e Canela (RS), com réplicas e exposições temporárias.
O acervo guardado no MHAB é uma festa para os olhos, um deleite para a sensibilidade e um painel da vida em Belo Horizonte durante quase um século. Na tarde de ontem, a gestora do CR Moda, Marta Guerra, explicava que o acervo se compõe de legítimas peças históricas, que revelam modos de vida, estilos de uma época, enfim, um recorte da capital. “Moda e tecnologia são divisores de águas, pontos que marcam bem as gerações”, disse Marta, enquanto mostrava chapéus de homens e mulheres de outros tempos. Na mostra permanente, os visitantes poderão admirar ainda roupas do reinado de Nossa Senhora do Rosário.
DIA SEGUINTE Atualmente, no MHAB, uma equipe se debruça sobre a descrição, catalogação e inventário das indumentárias recebidas em doação e preparadas para o tombamento. Num cabideiro, chama a atenção o robe de jour, roupa branca, com cauda, confeccionada em puro algodão e com muitas rendas. Responsável pelo serviço, estilista e professora de pós-graduação em moda, Carolina Bicalho conta uma curiosidade sobre a peça: trata-se “da roupa do dia seguinte”, que as noivas usavam, no século 19, para tomar café com o marido na manhã após o casamento. A peça pertenceu a Leopoldina Tavares Portocarrero, avó da cantora lírica Lia Salgado e da atriz Tônia Carrero. A consultora cultural Marília Salgado, bisneta de Leopoldina e uma das idealizadoras do CR Moda de BH, informa que o modelo data de 1870 e nunca foi usado por nenhuma descendente. Ao lado, a artista plástica e restauradora Susan Barnes, do MHAB, mostra um vestido preto, com silhueta da década de 1920, confeccionado em tule com forro de malha dourado e enfeitado com rendas e bordados.
PEÇAS PARA ACERVO
Quem tiver peças dignas de figurar no Museu da Moda – de importância histórica, portanto – poderá doá-las ao acervo. Antes, conforme explica a gestora do CR Moda, Marta Guerra, o traje masculino, o vestido ou acessório será avaliado por um comitê especialmente formado para essa finalidade. Contatos pelo telefone (031)3277-8657.