“As pessoas precisam entender que dengue mata. Nunca imaginei que uma moça jovem, saudável, pudesse ser vítima da doença. Foi tudo muito rápido. Todo mundo tem que fazer a sua parte, porque o mosquito está matando”, alerta a advogada Cíntia Dias Giordani, de 31 anos, irmã da vítima.
Anelise começou a sentir dores no corpo e febre há uma semana. Um tio do namorado, que é médico, chegou a avaliar a jovem e dizer que provavelmente era um quadro de dengue, porque ela também tinha manchas pelo corpo. “Ele orientou que ela tomasse muito líquido e usasse dipirona para baixar a febre. Minha irmã passou o fim de semana de repouso, se hidratando, assim como minha mãe, que também está com dengue. Na terça-feira, de uma hora para a outra, Anelise começou a vomitar”, lembra Cíntia. Ela foi ao pronto-atendimento do Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte, onde fez exames que confirmaram baixa de plaquetas.
Em nota, o Hospital Madre Teresa esclareceu que aplica o protocolo de dengue preconizado pelo Ministério da Saúde e salientou que não é autorizado a repassar informações sobre o estado de saúde de seus pacientes. De acordo com Boletim Epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, não há ainda morte confirmada por dengue na cidade, mas sete óbitos estão em investigação. Para confirmação, é necessário aguardar o resultado dos exames encaminhados à Funed. De acordo com o boletim, já são 10.138 casos sob investigação e 1.426 confirmados por exames.
ALERTA A família de Anelise quer alertar as pessoas para o risco da dengue. Ontem, a mãe da jovem, Rúbia Maria Oliveira Dias Costa, de 52, e as irmãs Cíntia e Mariana, esta de 24, ainda tentavam entender a velocidade com a qual perderam a jovem, enquanto arrumavam o quarto dela, no Bairro Alvorada, em Contagem. “Não imaginávamos que a dengue afetasse tanta gente. Só tivemos essa noção no hospital. Também tínhamos a impressão de que a doença podia ser fatal para idosos e crianças, não para uma jovem saudável como minha irmã. Sequer sabíamos que o vômito é um sinal de complicação. Por isso, queremos que outras pessoas saibam”, afirma Cíntia..