Igor relata que ainda pequeno percebeu que tinha um lado mais feminino, mas essa condição nunca foi aceita pela mãe, uma comerciante. Ele revela que, aos 18 anos, assumiu para a família a sua real orientação. “Aí, minha mãe disse que não aceitava. Ela falou que não fez um filho para ser gay, mas para ser empresário”, recorda.
O jovem conta que, diante da falta de ambiente em casa, passou a morar com uma tia em Jaíba. Um ano depois, se mudou para Montes Claros. Por causa da mudança, acabou deixando a escola quando faltavam três meses para concluir o ensino médio.
Atualmente, ele trabalha como animador de uma boate GLBT em Montes Claros. Para exercer a tarefa, se maquia, se veste de mulher e vira Bárbara. Nessa condição, se sente feliz, se liberta dos obstáculos e esquece a rejeição que enfrentou. “Como Igor, sou uma pessoa cheia de mágoas por causa da minha família e das pessoas que eram mais próximas e das quais me afastei. Como Bárbara, sou a pessoa que gosto de ser: alguém que ostenta muita animação e sem problemas.”
Por fim, destaca que busca superar a rejeição da família com fé e com o apoio da Bíblia, lendo sempre o Salmo 91, que diz: “aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza”.
"Você se sente só", diz o transformista Igor sobre a falta de apoio da família
.