Minas tem queda nos casos de violência contra a mulher, aponta levantamento da Seds

Queda foi de 2% entre 2014 e 2015. Perfil da maioria das vítimas continua sendo o de mulheres jovens e de cor parda agredidas pelos cônjuges ou companheiros

Estado de Minas
Números de casos de violência por tipo registradas entre 2013 e 2015 em Minas - Foto: Seds/Divulgação
Minas Gerais e Belo Horizonte tiveram queda nos registros de violência doméstica e familiar contra a mulher da forma como está tipificada na Lei Maria da Penha. Os dados constam na conclusão Diagnóstico de Violência Doméstica e Familiar nas Regiões Integradas de Segurança Pública (Risp’s) de Minas Gerais, divulgado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) nesta terça-feira. Em 2015, a Seds havia divulgado os números referentes ao período de janeiro de 2013 a junho de 2015.

O documento foi produzido pelo Centro Integrado de Informações de Defesa Social (Cinds) da Seds e contém dados de 2013 a 2015. Segundo o levantamento, em 2015, Minas somou 129.054 registros de violência, 1.694 casos a menos do que os 131.747 de 2014, correspondendo a uma queda de 2%.

O diagnóstico apresenta dados para o conjunto do estado e para cada uma das 18 Risp’s. Houve quedas de registros nas Risp’s 01, constituída unicamente pelo município de Belo Horizonte, de 16.011 casos, em 2014, para 15.136, em 2015 (-5,5%); Risp 02, sediada em Contagem, de 11.435 para 10.842 (-5,2%); Risp 04, com sede em Juiz de Fora, de 11.744 para 11.171 (-4,9%); Risp 03, Vespasiano, de 7.706 para 7.634 (-1%); Risp 06, Lavras, de 6.086 para 5.765 (-5,3%);  Risp 18, Poços de Caldas, de 6.987 para 6.839 (-2,1%); Risp 09, Uberlândia, de 5.769 para 5.128 (-11,1%); Risp 17, Pouso Alegre, de 5.216 para 4.892 (-6,2%); Risp 16, Unaí, de 2.758 para 2.434 (-11,7%); e a Risp 15, sediada em Teófilo Otoni, de 5.951, em 2014, para 5.856 em 2015 (-1,6%).

Tiveram aumento no número de registros a Risp 12, com sede em Ipatinga, que somou 9.792 ocorrências em 2015, contra 9.522 em 2014 (%2b2,8%); Risp 07, baseada em Divinópolis, com 7.628 casos em 2015, contra 7.333, em 2014 (%2b4%); Risp 05, Uberaba, com 6.310 a 6.132 (%2b2,9%);  Risp 14, Curvelo, 7.044 a 6.924 (%2b1,7%); Risp 13, Barbacena, 5.241 a 5.059 (%2b3,6%); e a Risp 10, com sede em Patos de Minas, 3.837 a 3.615 (%2b6,1%).

AGRESSÃO FÍSICA Conforme o levantamento da Seds, o tipo de violência doméstica e familiar contra a mulher que prevalece em Minas Gerais é a violência física, seguida da violência psicológica e da violência patrimonial.

Com base nas definições da Lei Maria da Penha, o Diagnóstico lista no tipo violência físicas os seguintes crimes: lesão corporal, homicídio, tortura, vias de fato/agressão. Em 2015, os registros de violência física somaram 60.574 no Estado, contra 62.490 em 2015 (-3%).
Dentro desse valor, houve 590 homicídios no ano passado, 11 a menos (-1,8%) do que os 601 de 2014.
 
A violência psicológica compreende abandono material, ameaça, constrangimento ilegal, maus tratos, perturbação do trabalho e do sossego alheio, sequestro e cárcere privado e violação domicílio. Esses tipos, juntos, tiveram 54.939 ocorrências em 2015 em Minas Gerais, perto da estabilidade em relação a 2014, que teve 55.053 casos.

A violência patrimonial abarca apropriação indébita, dano, extorsão, extorsão mediante sequestro, furto, furto de coisa comum e roubo. No ano passado, essas naturezas somaram 6.423 registros, 3% menos do que os 6.625 de 2014.

PERFIL DAS VÍTIMAS
Desde 2013, ano base do Diagnóstico, a condição das mulheres vítimas quanto ao tipo de relacionamento com os autores de violência doméstica e familiar não sofreu alterações significativas. Em 2015, os cônjuges/companheiros foram os autores em 38,5% dos casos; ex-cônjuges/companheiros, em 30,1%; filhos/enteados, em 9,0%; e irmãos, em 7,9%.

Quanto à cor da pele, manteve-se em 2015 a predominância de mulheres pardas (46%), formando ampla maioria se somadas às negras (15%). As vítimas de cor branca representaram perto de 33% do total.

O grupo mais numeroso de vítimas de violência doméstica e familiar são de mulheres na faixa de 25 a 34 anos de idade, com participação de 30,5% do total. Em seguida, vem a faixa de 35 a 44 anos, que representa 22,8%; as vítimas com idades de 18 a 24 anos, 19,5%; e as de 45 a 54 anos, 11,3%.

Com informações da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds)  .