Yuri Eustáquio Alves Domingos, de 21 anos, foi morto a socos e chutes no Centro de BH - Foto: Reprodução/FacebookA polícia começa a desvendar o assassinato brutal contra o jovem Yuri Eustáquio Alves Domingos, de 21 anos, morto a chutes e socos durante o carnaval de Belo Horizonte. Na manhã desta quarta-feira, equipes do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prenderam o instrutor de artes marciais Francisco Ricardo Sabino Neto, de 30 anos, apontado como um dos suspeitos do crime. Ele já tinha sido detido, mas liberado dias depois por falta de provas. A delegada Ingrid Estevam, responsável pelo caso, acredita que outras quatro pessoas tenham participado das agressões. A motivação, segundo as investigações, foi o desentendimento por conta da venda de drogas.
A Policia Civil analisa câmeras de seguranças próximas a Rua Carijós, no Centro de BH, palco do homicídio, para tentar identificar os outros suspeitos do crime. Detalhes sobre as investigações serão repassados pela delegada no fim da manhã desta quarta-feira.
As agressões aconteceram na madrugada de quarta-feira de cinzas.
O crime foi às 4h14, em frente ao número 275. Yuri foi linchado por cinco homens que pularam sobre o seu corpo diversas vezes, até causar traumatismo craniano e matá-lo. A vítima implorou para não ser morta, segundo relatos de testemunhas à PM. O instrutor de artes marciais Francisco Neto foi preso quando tentava escapar. O instrutor de muay thai (arte marcial tailandesa) foi liberado na sexta-feira seguinte, pois, segundo informou a assessoria de imprensa da Polícia Civil, não havia provas para mantê-lo preso.
Outra testemunha disse que foi Francisco o responsável por dar uma rasteira em Yuri e jogá-lo no chão. O acusado, por sua vez, disse aos policiais que estava voltando de uma festa de carnaval quando escutou a vítima chorando e dizendo que estava sendo acusado de ter roubado R$ 10. O instrutor de muay thai afirmou ter afastado Yuri dos agressores e tomado dele uma garrafa plástica com loló (entorpecente à base de clorofórmio e éter). Pessoas que presenciaram o linchamento contradizem o depoimento e dizem que Francisco participou da sessão de espancamento. O instrutor tem contra si queixa por agressão e ameaças de morte, registrada no fim de janeiro por sua namorada.
Yuri estudou até a oitava série e trabalhava de bicos como garçom e servente de pedreiro. A sua paixão, segundo os familiares, eram os três filhos, duas meninas de 3 e de 5 anos, e um menino de 1 ano e 6 meses .