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Estado de Minas

Ambulante foi responsável por suspensão de edital que prevê lanchonetes em parques de BH

Em caráter liminar, conselheiro atendeu pedido de ambulante que trabalha há 25 anos no Parque Municipal Juscelino Kubitschek, no Bairro Sion, Centro-Sul de BH, sem autorização do poder público


postado em 17/03/2016 06:00 / atualizado em 17/03/2016 08:04

Parque Juscelino Kubitschek, no Sion: TCE suspendeu licitação(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Parque Juscelino Kubitschek, no Sion: TCE suspendeu licitação (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Pela segunda vez consecutiva o edital lançado pela Fundação de Parques Municipais (FPM) para melhorar a estrutura dos parques de Belo Horizonte, viabilizando lanchonetes e banheiros, foi suspenso. Depois de readequar a licitação atendendo exigência do Tribunal de Contas do Estado (TCE), novamente o órgão barrou o documento, que tinha a apresentação das propostas dos interessados marcada para ontem. Dessa vez, o conselheiro José Alves Viana atendeu, em caráter liminar, o pedido do vendedor ambulante Iran Melo Lima, de 68 anos, que trabalha há 25 anos no Parque Municipal Juscelino Kubitschek, no Bairro Sion, Centro-Sul de BH, sem autorização do poder público. Ele pediu que a licitação fosse feita levando em consideração cada parque em separado, e não vários lotes como a prefeitura pretende licitar. Hoje, a decisão de José Alves Viana será levada para apreciação da Segunda Câmara do TCE. O voto de mais dois conselheiros definirá se o edital permanece suspenso ou se volta a tramitar normalmente. A presidente da FPM, Karine Paiva, apresentou parecer de defesa no TCE dizendo que, pelo menos por enquanto, desiste do edital se a solicitação do ambulante for mantida.

A ideia da Prefeitura de BH era dotar 33 pontos de 29 parques municipais com lanchonetes e banheiros em uma estrutura única, de contêiner. Para isso, lançou, ainda em 2015, edital com essas especificações. Porém, o TCE, por meio de uma denúncia, entendeu que o edital não poderia ser voltado a um único licitante e deveria ter características de divisão, por lotes ou unidades. Em 3 de março, a prefeitura lançou o novo edital, dividindo os 29 parques em seis lotes, marcando a abertura das propostas para ontem, às 9h30, o que não ocorreu em virtude de nova suspensão. O solicitante Iran Melo Lima, de 68, que trabalha há 25 anos no Parque JK, mostrou interesse de participar da licitação em apenas um parque e por isso questionou a divisão em lotes. Em 3 de março, a reportagem do EM encontrou o vendedor no quiosque que ele mantém no Parque JK, sem autorização da prefeitura, com dúvidas sobre a viabilidade da licitação. “Quando abri esse espaço, não tinha licitação. Ainda vou ver com um advogado como vou fazer nesse processo”, disse ele na época.

NOVA REUNIÃO Ontem, a reportagem voltou ao local, mas encontrou o quiosque fechado. A presidente da FPM, Karine Paiva, participou de audiência no TCE e destacou em um material apresentado ao órgão que a corte tem seguido um interesse particular para avaliar o edital. No mesmo documento, Karine Paiva diz que o reclamante usa o espaço do parque há 25 anos de” forma irregular e precária”, destacando que ele já foi notificado sobre essa situação e que o problema poderia ser resolvido com a licitação.

A presidente da FPM aponta que se o entendimento for mantido de que o certo é licitar a instalação dos contêineres com banheiros e lanchonetes por parque, não há interesse da atual gestão em tocar o edital, tornando inviável “o projeto de instalação de lanchonetes e banheiros públicos na cidade de Belo Horizonte neste momento”, diz o texto. A reunião da Segunda Câmara do TCE, que vai decidir sobre o tema, está marcada para começar às 10h de hoje.


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