Caixão cai do carro da funerária e motorista dirige mais 56 quilômetros sem perceber

Corpo de aposentada foi resgatado por populares, que comunicaram o fato à PM

Luiz Ribeiro
Um caixão de defunto foi literalmente perdido numa estrada, no município de Mato Verde, no Norte de Minas, na madrugada desta segunda-feira.
O carro de uma funerária – uma caminhonete Frontier cabine dupla com carroceria alongada – seguia de Montes Claros para Espinosa (extremo Norte do estado, na divisa com a Bahia), levando o corpo da aposentada A. M. S, de 78 anos, quando passou por um quebra-molas, no km 72 da MG 122, próximo a uma borracharia, por volta das 3h. Devido ao impacto, a tampa traseira da caminhonete se soltou e o caixão caiu na pista.

No veículo, além do condutor, viajavam uma filha da aposentada e um amigo dela. Mas nenhum dos ocupantes percebeu quando o caixão caiu na estrada. O motorista do carro funerário rodou mais de 56 quilômetros até Espinosa. Somente quando desceu na cidade foi que descobriu que a tampa traseira do veículo se rompeu e o o caixão tinha “desaparecido” no meio do caminho.
Ele resolveu voltar pela mesma estrada, à procura do caixão. Mas populares já tinham encontrado o corpo e feito a comunicação à Polícia Militar, que lavrou a ocorrência e avisou a funerária responsável pelo traslado, sediada em Espinosa.

Na tarde desta segunda-feira, o corpo da aposentada foi sepultado no cemitério municipal de Espinosa. Ela morreu no fim da tarde de domingo, em hospital de Montes Claros, onde estava internada.

Nervoso, um parente da aposentada chegou a ligar para a funerária de Espinosa, reclamando de descuido por parte do motorista que fazia o traslado do corpo. Mas o proprietário da funerária, Daniel Araújo Nicoletti, disse que o fato ocorreu devido à má conservação da BR 122. Segundo ele, com tantos buracos na pista, a tampa traseira da caminhonete acabou se soltando e o caixão caiu quando o veículo passou no quebra-molas, em Mato Verde. “A culpa foi dos buracos na estrada”, afirmou Daniel. “Além disso, o motorista não estava sozinho. Com ele viajavam outras pessoas que não perceberam quando o caixão caiu no escuro”, acrescentou.

Ele informou ainda que o caixão da aposentada era de fibra - “feito especialmente para traslado” – e que o corpo foi integralmente preservado. .