A terra tremeu em Sete Lagoas, na Região Central do estado, na madrugada desta quinta-feira. Moradores de pelo menos outras cinco cidades da região e da Grande BH também relataram ter sentido tremores.
Em grupos do WhatsApp, vários moradores relataram os tremores nas cidades de Pedro Leopoldo, Matozinhos, Sete Lagoas, Capim Branco, Prudente de Morais e Confins. Não há relatos de danos.
De acordo com o universitário Pedro Felipe Pontes, 17 anos, morador de Matozinhos, o tremor da madrugada foi mais forte do que o da manhã. “Acordei achando que era raio que havia caído perto, porque na hora chovia muito. O barulho foi muito grande”, explica. Ele relata que o tremor da manhã foi mais leve e mais rápido, e que o barulho lembrava demolição. Foi a primeira vez que o estudante sentiu tremores de terra na região.
Segundo o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), o tremor foi registrado às 05h05 e atingiu 3.2 na Escala Richter. O segundo fenômeno foi registrado pela UnB às 9h38 e atingiu 2.8 pontos na Escala Richter. Inicialmente, o observatório havia informado que o epicentro do tremor havia sido a cidade São José da Tepera, no estado de Alagoas. No entanto, a informação foi corrigida. Os epicentros de ambos os tremores foram próximo à Sete Lagoas.
A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) ainda não havia sido notificada sobre os tremores nesta manhã.
O professor George Sand França, responsável pelo observatório, explica que o tremor registrado durante a madrugada não é muito expressivo. “É um tremor fraco, mas já teve uma ocorrência de 2.8, então talvez uma atividade sísmica esteja acontecendo. Isso porque as falhas geológicas acabam se acomodando e gerando uma pequena movimentação. Geralmente são tremores menores, provavelmente foi isso”, explica o especialista. Segundo ele, tremores neste nível só causam rachaduras em imóveis muito fracos.
Para França, o tremor não deve ter sido causado pela atividade mineradora. “Como é uma região de exploração mineral, muitas pedreiras, as pessoas se assustam com isso. A gente acredita que pra uma magnitude dessas tem que ser uma explosão muito grande, mas isso não é permitido. E pela forma de onda a gente sabe que não (foi isso)”. A orientação que o especialista dá aos moradores é em caso de tremor manter a calma.
O professor da UnB também ressalta que é a primeira vez que esse tipo de fenômeno é registrado em Sete Lagoas. “A gente tem que dizer que a possibilidade de tremor maior é muito pequena, mas não pode descartar um de maior magnitude”, finaliza.
TREMOR NO NORTE DE MINAS A terra nesta noite também tremeu na zona rural de Jaíba, no Norte de Minas. Foram dois abalos seguidos na noite de quarta-feira. De acordo com o registro do Observatório Sismológico da UnB, foi um às 22h38, de 2.2 na escala Richter, e o outro de 2.5 às 22h49. Como foram na zona rural, de acordo com a Polícia Militar, não foram sentidos pelos moradores da cidade. A UnB já havia registrado na mesma cidade, em 19 de março, um tremor de 1.7 na Escala Richter. Jaíba abriga o maior perímetro irrigado da América Latina em área contínua, com 40 mil hectares em produção atualmente. Jaíba também fica próximo a Itacarambi, onde em 9 de dezembro de 2007, no povoado de Caraíbas, aconteceu um tremor de 4.9, o primeiro a causar morte no Brasil. A vítima era uma menina de 5 anos. (Luiz Ribeiro)