O guarda municipal Lopes Souza conta que sua viatura fazia um patrulhamento pela praça, por volta das 22h30, quando os homens se aproximaram e pediram ajuda para abordar um grupo que usava drogas no local. “No momento da abordagem, percebemos que o linguajar, que o comportamento não condizia com a polícia. Eles foram truculentos e abordaram de forma suspeita”, explica o agente.
Segundo Lopes Souza, enquanto os guardas seguiam o procedimento normal para falar com os abordados, os falsos policiais agiram de forma violenta, agredindo o grupo e usando palavras de baixo calão. Estranhando a situação, o guarda se afastou e alertou um colega.
Os três notaram a desconfiança dos guardas, disseram que estavam indo embora e saíram em um Audi. Os guardas anotaram a placa e alertaram as redes de rádio da Guarda Municipal e das polícias Militar e Civil. O carro acabou interceptado por outra viatura da segurança municipal no Bairro São Francisco, em uma ação de cerco e bloqueio. “Foram achados com eles quatro invólucros de maconha, uma réplica de pistola – todos eles estavam com coldres na cintura -, distintivos, porta-documentos da Polícia Civil, de investigador, os brasões que colocam no pescoço”, explica Lopes Souza. Um triturador de fumo também foi recolhido. Ainda segundo ele, o carro dos suspeitos está no nome de uma mulher que mora em Betim.
Os três homens são de Belo Horizonte e, conforme o guarda, um deles tem passagem pela polícia por falsificação de documento. Ainda segundo ele, depois da abordagem eles disseram que os guardas haviam se enganado, que eles trabalham para uma entidade filantrópica. No entanto, a versão dada na Praça do Papa é diferente. “Falaram que a sede era em BH, que em todo o mundo tem essa força policial, e aqui no Brasil a sede é no Espírito Santo”. O trio foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan).