A família de uma auxiliar de serviços gerais de 60 anos busca respostas em meio à dor da perda. Cleusa Souza estava internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Barreiro, em BH, após ser diagnosticada com suspeita de dengue, e morreu dois dias depois de dar entrada no centro de saúde. Os parentes denunciam que ela tenha sido vítima de erro médico ao receber medicação errada. A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) nega que foram ministradas medicação diferente da prescrita.
“Na quinta-feira à noite, ela voltou a passar mal e a levamos pra a UPA Barreiro. Ela foi para a emergência”. De acordo com familiares, o exame de sorologia para dengue não foi realizado. Ainda segundo o filho, no sábado, quando a paciente já havia deixado a emergência e estava na enfermaria, teria sido ministrado nela o antibiótico Ciprofloxacino, remédio que, conforme os familiares, foi receitado para uma paciente que estava na maca ao lado. A família teria alertado a enfermeira sobre o erro.
SECRETARIA NEGA Foram feitos dois boletins de ocorrência, ambos registrados pelo genro de Cleusa. Segundo a Polícia Militar, o primeiro, relatando “suspeita de ministração de remédio errado em paciente internada”, foi confeccionado às 15h20. O segundo, às 18h33, após a morte da auxiliar de serviços gerais. “A técnica em enfermagem falou que não administrou o medicamento citado (antibiótico Ciprofloxacino) e só fez a troca do soro na paciente. A família teme que esse medicamento tenha ocasionado a morte da senhora, porque o quadro dela era bom e estável até administrar o medicamento, e só depois disso o quadro agravou e ela veio a óbito”, consta no boletim. O filho de Cleusa diz que, até ser internada, a mãe não tinha nenhum problema de saúde. A causa da morte, conforme o atestado de óbito, foi choque cardiogênico.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informou que a paciente deu entrada na UPA Barreiro em 17 de março com relato de desmaio e suspeita de dengue com plaquetopenia, inclusive com exames realizados anteriormente. Ela foi classificada como amarelo, considerado de urgência. Segundo a pasta, dois dias depois houve a piora do quadro clínico e a mulher foi transferida para a sala de emergência, onde morreu às 17h10. A SMSA afirmou que não divulga as causas da morte dos pacientes por questões de sigilo e negou que foram ministradas medicação diferente da prescrita.