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Estado de Minas

Construção do 'Novo Bento' está perto da definição

Intenção da Samarco é atender à vontade das vítimas e adquirir a área da Arcelor Mittal, mas a construção da nova comunidade depende de análises


postado em 30/03/2016 06:00 / atualizado em 30/03/2016 07:31

A Samarco pretende anunciar, na próxima semana, o terreno que abrigará o novo povoado de Bento Rodrigues, a primeira comunidade destruída pelos  rejeitos de minério de ferro que vazaram da Barragem do Fundão. Se depender das 300 famílias desalojadas, suas novas moradias ficarão em uma área de 100 hectares pertencente à siderúrgica Arcelor Mittal, a 12 quilômetros do Centro da cidade colonial e a 10 do subdistrito arrasado pela lama.

Mas a mineradora, como determina a legislação, avalia três terrenos. A intenção da Samarco é atender à vontade das vítimas e adquirir a área da Arcelor Mittal, mas a construção da nova comunidade depende de análises que levarão em conta a qualidade do terreno para diferentes lavouras e a quantidade de água disponível para o abastecimento das futuras moradias.

“A maioria das famílias deseja aquele terreno. Teremos novo encontro na quinta-feira e devemos discutir o assunto”, informa Antônio Dalua, um dos integrantes da comissão de ex-moradores de Bento Rodrigues. A área desejada pelas vítimas é cortada por uma das estradas de terra que dão acesso ao antigo lugarejo. Perto do terreno fica uma pequena construção com imagens religiosas que os desalojados costumavam visitar para orações.

Os outros dois terrenos ficam próximos à cobiçada área da Arcelor. Embora a Samarco pretenda anunciar o local escolhido na próxima semana, o prazo oficial se encerra no fim de abril. Somente depois é que será elaborado o cronograma para que a vegetação dê lugar às construções. Mas já foi definido que as casas terão conceitos de sustentabilidade, como placas para geração de energia e estrutura para armazenamento de água da chuva.

A construção do novo povoado está prevista no acordo que a mineradora e suas controladoras assinaram com o governo federal, no início de março, prevendo o aporte de R$ 20 bilhões na recuperação da Bacia do Rio Doce e em indenizações às vítimas. Desse total, R$ 4,4 bilhões serão aplicados ao longo dos próximos três anos. O recurso será gerenciado por uma fundação de direito privado, supervisionada por um comitê, com participação dos governos de Minas e do Espírito Santo, além de prefeituras das cidades prejudicadas pela passagem da lama.


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