A Polícia Civil investiga o caso de um homem de 29 anos que foi preso suspeito de abusar sexualmente de crianças e adolescentes com deficiência visual em Belo Horizonte. Paulo César Sales trabalhou como supervisor pedagógico em uma escola especializada. As vítimas são meninos que têm entre 11 e 16 anos. Os detalhes do caso foram apresentados nesta quarta-feira. Segundo a polícia, ele já foi condenado por pedofilia e atualmente responde por outro processo pelo mesmo crime. A Polícia Civil agora quer ouvir a antiga diretoria da instituição para saber, entre outras coisas, como ele foi contratado.
Assustada, a mãe levou o caso até outros pais, que também questionaram seus filhos e acabaram descobrindo outras vítimas. Ao todo, foram encontradas mais seis crianças, que deram os nomes de outras três. Os pais fizeram uma pesquisa e acabaram descobrindo que Paulo já esteve envolvido em outros casos de abusos de menores. As denúncias foram levadas à delegacia, que ouviu os envolvidos e abriu as investigações.
A equipe da Depca apurou que Paulo ajudava as crianças a se secarem após as atividades na piscina da escola, e se aproveitava da situação para praticar os abusos. Ele oferecia balas e doces para atrair os meninos, passava a mão em seus corpos, beijava e pedia que elas sentassem no seu colo. Conforme a delegada, ele chegou a masturbar uma das vítimas e pediu que ela fizesse o mesmo com ele.
A polícia cumpriu um mandado de prisão temporária (de 30 dias) contra o suspeito na segunda-feira. Ele mora em Contagem, na Região Metropolitana, e foi localizado em casa. Paulo chegou a resistir à prisão.
A diretora e a vice da escola foram substituídas na época em que as denúncias vieram à tona. Segundo a delegada Thaís Degani, ainda não se sabe por que Paulo foi contratado e o motivo da saída do funcionário. O investigado já foi condenado por crime de pedofilia em um processo de 2012, e já responde em liberdade a um inquérito que apura o mesmo delito. Ambos os crimes foram cometidos em Contagem. Agora, pelos de BH, ele vai responder pelo artigo 217-A do Código Penal Brasileiro – estupro de vulnerável – que prevê pena de oito a 15 anos de prisão. Além das antigas diretora e vice, a delegada que ouvir outros funcionários da escola.
Paulo acionou seu advogado e pediu para não ser apresentado pela Polícia Civil. Segundo a corporação, ele nega todos os crimes e afirma ser um bom profissional. Ele está preso no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves.