Leônidas explicou que o serviço de limpeza da igrejinha, a cargo do restaurador contratado pela prefeitura, Wagner Matias Sousa, ficou “excelente”, estando afastado o temor de que a pichação feita pelo morador de Ibirité, na região metropolitana, Mário Augusto Faleiro Neto, de 25 anos, indiciado pela Polícia Civil por dano ao patrimônio público, deixasse resíduos profundos e marcas nas pastilhas da lateral direita da construção, da década de 1940. “Foram feitos testes e o produto usado foi eficaz”, afirmou Leônidas.
O programa Patrimônio Cultural Seguro, acrescentou o presidente da FMC, será desenvolvido em outros pontos da cidade, como o Museu Histórico Abílio Barreto, no Bairro Cidade Jardim, na Região Centro-Sul, e aglomerados onde há centros culturais. O treinamento da Guarda Municipal, com foco em monumentos, também está nos planos da FMC. “Teremos também guardas, e não apenas as patrulhas, em monumentos da Pampulha”, acrescentou. O conjunto arquitetônico modernista é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural Municipal e é candidato ao título de patrimônio da humanidade.
DESAFIO Na tarde de ontem, a segurança era intensa no entorno da Igreja de São Francisco de Assis, em um cenário bem diferente dos dias que antecederam a pichação da igrejinha, que emporcalhou painéis de autoria de Cândido Portinari (1903-1962) retratando a via-sacra e São Francisco de Assis. Na Praça Dino Barbiero, ligada ao templo por um calçadão, havia dois carros da Guarda Municipal, patrulheiros passando de bicicleta e, por volta das 15h30, uma viatura da Polícia Militar. “O patrulhamento foi reforçado depois do fato, que teve repercussão negativa. A limpeza pode desafiar outras pessoas a fazerem o mesmo”, explicou a subinspetora da Guarda Municipal, Cristina das Graças Silva.
Livre dos garranchos, o templo modernista volta a fazer a festa para os olhos de moradores e visitantes. A caminho do aeroporto, o gerente de vendas Glauco Camargo, de São Paulo, decidiu parar e ver o monumento. “Já estive aqui outras vezes e é sempre um prazer, pois é muito bonito. Estava na minha cidade quando vi a pichação pela tevê. Não tem explicação fazerem isso”, criticou. Morador do Barreiro, o autônomo Júlio César da Silva gostou de ver o policiamento reforçado e afirmou que segurança constante é “essencial”. Curtindo a folga, os namorados Davidson Jesus, de 23, e Lo-Ammi Dalete, de 21, moradores do Bairro Saudade, na Região Leste, fizeram coro, lembrando a importância da preservação..