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Estado de Minas

Polícia Civil diz que abordagem a investigador por PMs no Centro foi arbitrária

Conforme a corporação, investigador disse que foi abordado de forma truculenta. Corregedorias acompanham a apuração do caso


postado em 31/03/2016 12:02 / atualizado em 31/03/2016 12:10

A Polícia Civil se pronunciou, nesta quinta-feira, sobre o desentendimento entre um policial da corporação e militares que aconteceu ontem no Centro de Belo Horizonte e terminou com dois pedestres feridos. A confusão começou durante uma abordagem de agentes do Grupo de Patrulhamento de Área de Risco (Gepar) embaixo de um viaduto ao lado da rodoviária. Um dos abordados era um investigador da Polícia Civil e a arma dele disparou quando os PMs tentavam imobilizá-lo. A polícia classificou a ação como arbitrária.

Por meio de nota, a Polícia Civil lamentou o ocorrido, “quando um investigador da Polícia Civil, lotado no Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc), foi arbitrariamente abordado por policiais militares na região Central de Belo Horizonte”, diz o texto.

Os envolvidos prestaram depoimento em uma delegacia ainda na quarta-feira. “Segundo o delegado que realizou a oitiva, os militares alegaram que estavam rastreando um aparelho celular roubado, o que os teria levado até um grupo próximo ao terminal e, quando chegaram ao local apontado, o policial civil não se identificou de forma correta e, ainda, tentou impedir a abordagem aos suspeitos e, por isso, foi contido. Os policiais militares ainda relatam que foi necessário pedido de reforço e da pistola taser para conter o policial, que estava muito exaltado”, explica a corporação.

O investigador disse que foi abordado de forma truculenta e, conforme a Polícia Civil, testemunhas confirmaram a versão dele. “(...) o policial civil contou que esperava pelo filho quando os militares iniciaram a abordagem 'de forma truculenta''.  O investigador contou que se apresentou como policial lotado no Denarc e explicou que estava acompanhado do filho adolescente e de um amigo.  As testemunhas encaminhadas pelos policiais militares à Central de Flagrante II ratificam as informações do policial civil, versão também confirmada pelas imagens registradas por transeuntes”.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, foram expedidas guias de corpo de delito para o policial civil, um dos militares e duas vítimas. A arma do investigador foi apreendida e encaminhada à perícia. As circunstâncias do disparo também serão investigadas. A corporação finaliza dizendo que o caso está sendo acompanhado pelas corregedorias das duas instituições e que um inquérito foi instaurado para esclarecer os fatos.

Entenda o caso

De acordo com a Polícia Militar, policiais do Gepar foram até a Rua 21 de Abril, no Centro, onde o rastreamento de um telefone celular apontou a localização do aparelho. Ainda na versão da PM, no local estavam quatro homens, entre eles o filho de um investigador da Polícia Civil, de 16 anos. O policial civil teria se identificado para tentar impedir a abordagem dos militares. No entanto, os PMs continuaram a ação ao reconhecerem dois receptadores que atuam na região.

Segundo o major Renato Federici, do 1º Batalhão, o policial civil teria agido de forma agressiva e pegou a arma. Dois militares tentaram imobilizá-lo. Durante a confusão a arma disparou. A bala atingiu o chão e depois a barriga de Kemerson Kelly dos Santos, de 23 anos. Vídeo feito pelo filho do policial civil mostra o momento da abordagem e o disparo da arma. Na gravação, é possível ouvir o investigador mandando os PMs tirarem a mão da arma e, após o tiro, criticando a dupla pelo tiro. Outro pedestre, identificado como Carlos Alberto Tertuliano, de 62, foi atingido por estilhaços de uma arma de choque usada pelos militares.

O filho do investigador contestou a versão dos militares. "Meu pai se identificou como policial e eles continuaram batendo nele, quebraram um cassetete nele. Só pararam porque liguei para a delegacia da Polícia Civil e pedi uma viatura para eles pararem de espancar o meu pai", contou G., de 16 anos. O rapaz contou que estava de saída do trabalho quando foi abordado por PMs à procura de um aparelho celular roubado na região do shopping popular Oiapoque.

O amigo do investigador também deu outra versão sobre o caso. Segundo ele, o policial civil tinha ido ao Centro buscar o filho. O garoto teria sido abordado de forma truculenta. Ao ver a cena, o investigador teria se identificado e também acabou agredido pelos PMs. A testemunha afirma ainda que o civil não sacou a arma.

Kemerson Kelly segue internado no Hospital João XXIII nesta quinta-feira. De acordo com a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), ele se encontra na clínica cirúrgica e o estado de saúde dele é estável. Já Carlos Alberto foi socorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul e recebeu alta.


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