População busca vacina contra gripe em BH

Medo do vírus cria corrida por imunização em laboratórios particulares da capital mineira. Campanha municipal só estará disponível nos postos de saúde a partir do dia 30 de abril

Sandra Kiefer - Especial para o EM João Henrique do Vale

Ao mesmo tempo que é investigada no estado a terceira morte por H1N1 em Minas, desta vez em Lavras, no Sul de Minas, o fantasma do vírus da gripe provoca uma corrida aos laboratórios e clínicas de vacinação particulares da capital.

Em 15 dias, devem sair os resultados dos exames sobre o caso de Lavras, que foram coletados e encaminhados para a Fundação Ezequiel Dias (Funed) em Belo Horizonte. Os dois óbitos anteriores eram de Frutal, no Triângulo Mineiro, o que mostra que a rota da gripe, que já matou 38 pessoas em São Paulo, está se aproximando de BH vinda daquela direção. Este ano, o estado registra três casos da doença.

A campanha de imunização contra a gripe em Belo Horizonte só estará disponível nos postos de saúde municipais no dia 30 deste mês. Isso pode explicar a procura pelo medicamento em laboratórios e clínicas particulares. Em alguns estabelecimentos, já não se encontram mais as doses da vacina.

Levantamento feito pela reportagem do Estado de Minas, que se passou por uma cliente interessada em vacinar duas crianças contra a gripe, mostra que o estoque previsto para atender à demanda do outono não é alto. Em um dos laboratórios, que oferece a dose pelo maior custo (R$99), a atendente informou pelo telefone que “não poderia reservar vacinas e que elas seriam oferecidas enquanto durar o estoque, creio que até amanhã (hoje). Chegou apenas um lote de 300”.
Segundo a mesma pessoa, a vacina já havia esgotado nos bairros de Lourdes e no Buritis, mas ainda havia disponibilidade na Savassi, no Castelo, em Contagem, na Grande BH.

Em uma rede de laboratórios, que oferece a vacina por R$ 65, as doses já estavam esgotadas em uma unidade da Rua São Paulo, na Região Central de Belo Horizonte,  e em Venda Nova, além de Betim, na Região Metropolitana, segundo a central de informações. Já em uma clínica de imunização, a dose custa R$ 90 e o estoque estaria disponível até a semana que vem.

A morte ligou o alerta em Lavras. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), uma pessoa já foi diagnosticada com a doença. Trata-se de um paciente que foi internado no final de fevereiro na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Vaz Monteiro. O homem deixou a UTI e está internado em um apartamento. De acordo com a prefeitura, o quadro dele é estável e os exames comprovaram a contaminação por H1N1.

ALERTA Outros cinco notificações da doença estão sendo investigadas somente em Lavras. Destas, inclui um paciente morador de Ingaí, também no Sul de Minas. Todos passaram por exames que estão sendo analisados na Funed.

A estação do outono gera uma preocupação a mais para as autoridades de saúde por causa do aumento no número de casos de doenças respiratórias. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), até ontem, foram confirmados três casos de H1N1 em Minas Gerais e duas mortes ocorridas em Frutal, no Triângulo Mineiro, onde há circulação do vírus H1N1 e a investigação de 19 registros. A ocorrência de Lavras ainda não consta no balanço oficial da SES-MG.

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