O sonho era se mudar para o exterior, trabalhar, ganhar dinheiro e ajudar a família no Brasil. Por sete anos, a meta foi cumprida em Massachusetts, nos Estados Unidos. Mas a leucemia impossibilitou Gleidson Agmar Nunes Gonçalves, de 29 anos, de concretizar seus projetos. Natural de Pedra Menina, distrito de Rio Vermelho, na Região Central de Minas, ele foi diagnosticado com a doença em 2014. O último desejo nos EUA? Rever os pais. Porém, a burocracia fez com que a vontade dele não fosse atendida. Marly Nunes Barbosa e Guido Gonçalves Sobrinho tiveram o visto negado por duas vezes, a última na quinta-feira. Mas, mesmo se conseguissem entrar no país americano, não teriam sucesso de rever o filho. Gleidson morreu na madrugada de ontem. Descrito como um jovem amoroso e carinhoso, Gleidson se mudou para os Estados Unidos em 2007. Na época, foi para Massachusetts em busca de emprego. “Ele queria trabalhar e depois voltar para o Brasil. Antes de ficar doente, estava trabalhando como pintor”, comentou a mãe.
LUTA INTERROMPIDA Na tarde de quinta-feira, Guido e Marly passaram por entrevista em Brasília e não conseguiram a autorização para entrar nos Estados Unidos. Foi a última tentativa. “Ele faleceu à meia-noite. Nossos parentes lá, estão providenciando o traslado do corpo para o Brasil”, disse Marilda Nunes de Oliveira, tia de Gleidson. O sepultamento, ainda sem data, será em Pedra Menina. A família ficou revoltada com toda a situação. “Vai ficar muita saudade. Mas, acima de tudo, muita angústia e raiva pelo visto ter sido negado à mãe. Marly queria apenas visitar o filho que estava à beira da morte. Ela está muito chateada com isso. Gente pobre não precisa ser tão humilhada como ela foi”, desabafou Marilda Nunes.