“Segundo vizinhos, (os animais) estão passando fome e comendo uns aos outros”, escreveu Marcelo em seu perfil. Em poucas horas, o vídeo viralizou. Até o fechamento desta edição, as imagens foram compartilhadas por mais de 900 pessoas e visualizadas por, aproximadamente, 20 mil usuários. Ele gravou a cena com o aparelho de seu telefone celular na tarde do último sábado.
Quem passa em frente ao imóvel sente um cheiro forte de fezes e urina dos animais. “O odor é desagradável. Vizinhos da casa me disseram que têm problema (de saúde) por causa do cheiro”, disse o rapaz ao Estado de Minas.
A historiadora Bruna Massai, de 28, assistiu às imagens e ficou indignada. Ela telefonou para o disque-denúncia (181), mas a Polícia Civil informou que a delegacia de Contagem ainda não recebeu uma denúncia formal, requisito para que um inquérito seja instaurado.
“Maus-tratos. Esse termo é vazio quando vemos o vídeo. Faltam palavras para expressar a crueldade e perversidade contida nas imagens”, disse Bruna. Preocupada com a situação dos cães, ela levou um saco com 18 quilos de ração ao local. “Fiquei surpresa ao ver que uma pessoa estava lá”.
Trata-se de dona Isabela Freitas, dona de um “abrigo” para animais. A mulher calcula que cuida de mais de 100 cães. Em seu perfil na rede social, ela própria se chama de “protetora”.
Para dona Isabela, o que ocorreu foi um crime seguido de um acidente. O crime, segundo ela, foi cometido por uma pessoa que jogou alimento envenenado com o propósito de matar os cães. Três morreram. Já o acidente foi o fato de alguns cães terem tido acesso aos corpos dos animais mortos, pois os três, depois de necropsiados e embalsamados, haviam sido colocados em lugar separado da matilha.
Alguns gravaram depoimentos em defesa de Isabela. Uma mulher ressaltou a dedicação da “protetora” aos cães..