A Polícia Civil indiciou e o Ministério Público já denunciou à Justiça o sargento da Polícia Militar Renato dos Reis pelo assassinato da namorada dele, morta com um tiro na cabeça em fevereiro de 2014 em Belo Horizonte.
Segundo a delegada Indiara Froes, o militar vai responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e que impossibilitou a defesa da vítima. A delegada também representou pelo afastamento do sargento de suas funções, além da suspensão do porte de arma e recolhimento da carteira funcional. As investigações concluíram que o crime foi motivado por ciúme, já que o sargento era apontado por testemunhas como uma pessoa extremamente possessiva, que não aceitava o fim do namoro.
Inicialmente, Renato disse aos investigadores que a namorada atirou acidentalmente contra a própria cabeça e que ele prestou socorro, levando a vítima até um hospital. Porém, ela morreu antes de chegar à unidade de saúde. Essa situação intrigou a Polícia Civil, já que a posição de Natália descrita pelo sargento não bateu com o orifício do projétil no corpo da mulher. Outra situação que levantou dúvidas foi o fato da perícia não ter encontrado sangue nas roupas do militar, mesmo ele relatando que socorreu a vítima, colocando Natália em seu colo.
Como os peritos encontraram sangue em vários pontos no trajeto entre o quarto e a garagem, a situação chamou a atenção da delegada. “Tal incoerência confere indícios de que o investigado, mesmo já ciente do óbito da vítima, quis retirá-la do local, o que inevitavelmente comprometeria a perícia técnica em seu exame de perinecroscopia”, afirma Indiara Froes.
O suicídio ficou descartado pelo fato de não ter sido observado, nesse caso, o espasmo cadavérico, que é a manutenção da mesma posição que a vítima estava antes da morte.