A mulher do comissário de bordo foi internada na sexta-feira no Hospital Biocor, na mesma cidade, também com suspeita de H1N1. Familiares do casal informaram ao Estado de Minas que ela aguarda resultado de exames para confirmar a doença.
Uma fonte da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Nova Lima confirma que as amostras do homem foram coletadas na sexta-feira. O material colhido da mulher seguiu somente ontem para o laboratório. Os dois casos, ambos com síndrome respiratória aguda grave, estão sob investigação, mas o resultado dos exames leva de 15 a 20 dias.
CORRIDA À FARMÁCIA Após a divulgação do surto em São Paulo, a demanda por álcool em gel cresceu 83% nas lojas de uma grande rede de farmácias da capital. Segundo o departamento de Marketing, a média de venda por dia saltou de 200 unidades para 1,2 mil. A saída de máscaras de proteção também registrou aumento, bem como o do antiviral indicado para a gripe H1N1, que está esgotado. Cerca de 30% da demanda foi canalizada para outros estados.
Ontem, uma fila de dobrar o quarteirão se formou em frente à unidade de vacinação que atende ao Hospital Mater Dei, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Era um dos poucos postos a manter em dia a oferta de vacinas particulares. “Mais recomendável do que usar a máscara ao buscar o atendimento nos pronto-socorros, o que não faz parte da cultura brasileira, é incentivar o hábito de lavar as mãos. Essa é a grande questão que precisa ser enfatizada sobre o vírus H1N1”, afirma o coordenador de clínica médica do Hospital Mater Dei, Andrés de La Flor, que, na semana que vem, deve se reunir com equipes da unidade para definir medidas como o isolamento de pacientes com suspeita da doença.
De acordo com Paula Távora, diretora médica da clínica de vacinação VacSim, 80% das doses trazidas em março foram encaminhadas para atender à demanda urgente de instituições de saúde de São Paulo e, a partir de hoje, a situação passa a ser regularizada em BH. “O momento é de cautela. Quem já se vacinou contra a gripe no ano passado está coberto por sete a oito meses e pode aguardar com tranquilidade a chegada das doses da vacina na rede pública. Neste momento de crise, não há necessidade de sacrificar o orçamento para se vacinar em clínicas particulares”, garante.
VACINA Em BH ainda não há casos confirmados de H1N1, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. “Não há nada que justifique ao adiantamento da campanha nacional de vacinação em BH (prevista para ter início em 30 de abril). Durante o ano temos cinco unidades de sentinela, coletando amostras que identifiquem suspeitas de vírus circulando com a síndrome gripal respiratória aguda grave. Ainda não tivemos confirmação na capital”, afirma Jandira Lemos, assessora de Vigilância em Saúde. A previsão é vacinar 665.627 pessoas. Em Minas Gerais, serão distribuídas 5,2 milhões de doses.