UFMG aciona Ministério Público para apurar caso de ofensa racial

Aluno disse ao chefe de Serviços Gerais que segurasse "seus gorilas", referindo-se a seguranças negros da instituição

Landercy Hemerson

A direção da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra a atitude do aluno de Ciências do Estado, que teria ofendido racialmente seguranças negros da instituição ao compará-los a gorilas.

 
O caso ocorreu na tarde de 3 de março depois que o aluno passou por baixo da catraca da portaria do prédio e se dirigiu ao chefe de Serviços Gerais afirmando: “Você tem que segurar seus gorilas”.

Segundo a instituição, os profissionais são negros e se sentiram ofendidos. A faculdade acionou a Polícia Militar e fez boletim de ocorrência no mesmo dia.

O diretor da Faculdade de Direito, Fernando Jayme, informou nesta noite que uma comissão de sindicância será aberta na instituição para apurar o caso. “São duas instâncias autônomas, a criminal e a administrativa. Se comprovada a atitude de discriminação racial, o aluno estará sujeito desde a uma advertência à expulsão da faculdade”, explicou.

O dirigente demonstrou firmeza ao falar sobre a questão da intolerância racial: “O ato de discriminação racial é muito grave, não só na comunidade universitária, principalmente aqui numa Faculdade de Direito, mas em toda sociedade”, enfatizou Fernando Jayme.

Mais cedo, por meio de nota, a Faculdade de Direito havia repudiado qualquer tipo de discriminação, ao informar que havia decido levar o caso ao MP. "A Faculdade de Direito da UFMG repudia qualquer tipo de discriminação racial e reforça que fará de tudo que estiver em sua competência para que a comunidade acadêmica se mobilize para coibir condutas discriminatórias”, diz o texto.

 

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