Amor por tatuagem não se explica. É preciso esperar horas para ver o desenho pronto e estar preparado para sentir muita dor, mas quem gosta não consegue ficar com uma só. Centenas de belo-horizontinos apaixonados pela arte se encontram neste fim de semana no 6º BH Tattoo Festival, que reúne alguns dos melhores tatuadores do mundo na Serraria Souza Pinto, Centro da capital. Além de outros estados, participam profissionais renomados do Japão, Peru, Chile, Bolívia e Argentina.
Hoje, estão na moda as tatuagens em aquarela, como a escolhida pela estudante Daniella Gonçalves Lima, de 24. O peixe-dourado nas costas marca um novo momento da vida dela. “Cientificamente falando, quando você coloca o peixe-dourado em um aquário pequeno, ele continua pequeno. Quando ele passa para um aquário maior, pode até quadruplicar de tamanho. Agora que já decidi minha profissão, preciso explorar grandes oportunidades para o meu crescimento pessoal”, explica. A autora é a designer do Rio de Janeiro Ariel Botelho, de 22, que abandonou o computador para desenhar em corpos. “Gosto de ver o desenho na pele. Melhora a autoestima e a sociabilidade.”
O idealizador do BH Tattoo Festival Rômulo Freitas explica o que as pessoas devem ter em mente antes de fazer uma tatuagem. “Primeiro, saiba se está decidido a fazer algo definitivo. A remoção é mais dolorosa que a execução e deixa marcas”, alerta. Depois, recomenda-se pesquisar sobre o profissional, saber se ele tem tempo de mercado, qual é o estilo de desenho e se trabalha seguindo as normas da Vigilância Sanitária.
PONTILISMO Foram necessárias 40 horas para o tatuador Djorgenes Martins, de 25, terminar o desenho de uma coruja com a técnica de pontilismo, que consiste em desenhar com pontinhos, em vez de simplesmente preencher o espaço com a tinta. “É um trabalho cansativo, que exige paciência, então você tem que gostar. A pessoa vai ser sua vitrine para o resto da vida”, destacou o jovem, referência da técnica, ainda pouco conhecida no Brasil, em Franca, interior de São Paulo. “Se Deus quiser, vai ser a última”, garantiu o técnico em informática Pedro Henrique Espina da Silva, de 20, que aceitou ser a “tela” do tatuador. Apesar de sentir muita dor, ele disse diz que vale a pena pela paixão pela arte.