Um novo tremor de terra foi registrado na manhã desta segunda-feira na Região Central de Minas Gerais. O novo fenômeno foi percebido por moradores de Matozinhos e Prudente de Morais e é o terceiro abalo sísmico expressivo em menos de 20 dias.
Pela internet, outros moradores falaram do fenômeno. “Novo tremor em Matozinhos. Agora no bairro São Paulo”, disse um internauta pelo Twitter. “E Matozinhos treme novamente #medo”, comentou uma jovem.
A PM de Prudente de Morais também confirma o tremor na cidade. No mês passado, Capim Branco, Prudente de Morais e Confins também foram atingidas pelo abalo.
Inicialmente, os primeiros dados do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) davam conta de que o tremor havia chegado a 4.3 graus na Escala Richter, com epicentro em Funilândia, a cerca de 21 quilômetros de Matozinhos. No entanto, a informação foi corrigida. Conforme a USP, o tremor atingiu 3.3 graus na escala, com epicentro em Matozinhos. Por sua vez, o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) aponta 3.5 na Escala Richter. O tremor ocorreu por volta das 8h55.
Em 24 de março, os tremores atingiram escalas menores. Segundo a UnB, o tremor das 5h05 atingiu 3.2 na Escala Richter. O segundo fenômeno foi registrado pela UnB às 9h38 e atingiu 2.8 pontos. Os epicentros de ambos os tremores foram próximos à Sete Lagoas.
ANÁLISE De acordo com o professor Marcelo Assumpção, do Centro de Sismologia da USP, os tremores que vêm acontecendo na região de Matozinhos são abalos sísmicos naturais, e o tremor registrado hoje é considerado pequeno. “Tremores de magnitude 3 ocorrem quase todos os meses em algum lugar do país, e são causados por pequenas movimentações de blocos em falhas ou fraturas geológicas, a alguns quilômetros de profundidade, devido às grandes pressões que atuam na crosta terrestre”, explica.
O técnico em sismologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, José Roberto Barbosa, esclarece que esse tipo de fenômeno não costuma causar danos expressivos. “Não são tremores de grandes danos, esses de 3.3, 3.1. Podem causar pequenas trincas, casas não bem estruturadas podem sentir mais. Se ele acontecer bem próximo da superfície, 1 ou 2 quilômetros, se for embaixo de uma casa ela vai sofrer mais”, diz.
Na semana passada, a sismologia da USP detectou outros dois tremores menores com epicentro em Prudente de Morais, com 2.2 e 2.4 na Escala Richter.
“Infelizmente os tremores são imprevisíveis e não há como saber quando terminarão, ou se ocorrerá algum outro um pouco maior”, ressalta o professor Assumpção. “O melhor que se pode fazer nestes casos é se prevenir, tomando cuidado pra não deixar objetos 'perigosos' em locais instáveis, pois tremores mais fortes poderão tombá-los ou fazê-los cair ao chão”, finaliza.