“Pusemos a mão na massa, num sistema de mutirão e cotização, mais conhecida como vaquinha. É uma capela pequena e muito importante para nossa região. Vamos trazer de volta as barraquinhas, os leilões e outras atividades”, afirma o conselheiro do NPA, o arquiteto e urbanista José Marcos Alves Salgado. Além da intervenção no templo erguido na década de 1940, o grupo, com profissionais de vários setores, pretende plantar coqueiros ao redor da construção, de forma a revitalizar a área que é, segundo José Marcos, um campo sem arborização.
Desde 2013, os conselheiros e colaboradores da organização não governamental fizeram vários mutirões para salvar a capela, que estava abandonada havia 20 anos. Arcando com o pagamento do material para a obra, o grupo de 20 pessoas cedeu funcionários para trabalhar como pedreiro, carpinteiro e outros ofícios.
Com o retorno das festas em homenagem a Santo Antônio, Andrelândia vai valorizar o patrimônio imaterial da região da Serra na qual a capela foi construída. Segundo os conselheiros, o singelo templo fica perto do Parque Arqueológico Serra de Santo Antônio, que abriga mais de 650 pinturas rupestres de 3,5 mil anos. No local, está em exposição uma canoa indígena encontrada no Rio Grande e datada, por meio de testes, de antes da chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil.
SERROTES Munidos de serrote, martelo, cavadeira, pregos, tábuas e estacas de eucalipto, conselheiros e ajudantes fizeram todo tipo de serviço, inclusive o escoramento das paredes externas da Capela de Santo Antônio, conforme documentou o Estado de Minas. Um desejo do NPA é que a capela, datada de 1942, seja tombada como patrimônio municipal. No início da construção, José Marcos diagnosticou que todo o engradamento do templo estava destruído em razão de infiltrações e da ação de cupins, o que abateu a estrutura e empurrou as paredes laterais e a frontal para fora, desestabilizando a edificação que, por pouco, não foi ao chão.
Enquanto isso
Autorização para obras em escola
A reforma da centenária Escola Estadual Paula Rocha (foto), em Sabará, na Grande BH, foi autorizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), conforme divulgou, ontem, a prefeitura local. Na segunda-feira, o prefeito Diógenes Fantini visitou o prédio, no Centro Histórico. “Estamos fazendo o possível para recuperar esta escola tão importante para a educação e história do nosso povo. O Iphan reprovou o primeiro levantamento e agora foi feito um novo, que entrará em licitação”, afirmou o prefeito. O diretor-geral do Departamento Estadual de Obras Públicas, Flávio Menicucci, adiantou que a abertura da licitação está prevista para os próximos dias e será publicada no Diário Oficial. Em 6 de novembro, o Estado de Minas mostrou a degradação do estabelecimento de ensino listando uma série de monumentos importantes de Sabará.
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