Mãe de aluno agride professora dentro de escola em Santa Luzia

Segundo a polícia, menino de 7 anos disse que a professora o puxou pelo braço e pais foram tirar satisfação. O casal foi detido e a professora levada para um hospital. Outros dois professores foram agredidos em escolas diferentes hoje

Cristiane Silva Guilherme Paranaiba
Uma professora foi agredida dentro da sala de aula pela mãe de um aluno na manhã desta quarta-feira na Escola Municipal Maria das Graças Teixeira, no Bairro São Benedito, em Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Outros dois casos de agressão a professores foram registrados em outras escolas da cidade hoje.

“Os pais foram hoje na escola tirar satisfação com uma professora que, segundo o filho de 7 anos, pegou ele pelo braço e deu uma sacudida”, explica o tenente-coronel Walter Anselmo Simões Rocha, comandante do 35º Batalhão da Polícia Militar (PM). O episódio teria acontecido ontem. “Acabou que a mãe partiu para agressão para cima da professora”, disse.

Segundo ele, os pais não procuraram a PM ou diretoria, procurando diretamente a docente. Ela foi agredida a socos e levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro São Benedito, sem lesões graves.

O casal foi detido e levado para uma companhia da PM para registrar a ocorrência. “A informação que tenho é de que o pai não agrediu não. Ele ficou nervoso, bateu na mesa”, explica o tenente-coronel Rocha.  Ainda de acordo com o militar, os demais professores chegaram a sair da escola e protestar na rua em apoio à colega, mas depois retornaram às atividades normalmente.

Por meio de nota, a prefeitura de Santa Luzia, por meio da Secretaria de Educação, informou que ontem a professora chamou a atenção do aluno e pediu uma reunião com os pais hoje.
“Ao chegar na escola, a mãe, sem dizer nenhuma palavra e afirmando que o filho tinha sido agredido, passou a agredir a professora, que levou socos e pontapés, e logo foi contida por funcionários da escola”, diz a nota. Quando a situação se acalmou, a direção da escola fez uma reunião que resultou em uma ata e ouviu tanto a professora quanto os pais. Conforme a prefeitura, os envolvidos foram para uma delegacia e a professora deve fazer um exame de corpo de delito ainda nesta terça-feira.

A prefeitura também alega que os pais do aluno não participam da rotina escolar. “Ressaltamos ainda que a escola atende quase 1.200 alunos e que a família do aluno é ausente da escola, não tendo frequentado nenhuma reunião de pais e também não faz acompanhamento escolar do filho, uma vez que  o mesmo não apresentada e quando apresentada o dever de casa se encontra incompleto”, afirma o documento. A prefeitura também destaca que tem uma parceria com a Guarda Municipal e a Polícia Militar.

Outros dois professores agredidos

Este é pelo menos o quarto caso de violência registrado em uma escola de Santa Luzia nesta semana. Na manhã de terça-feira, uma garota de 17 anos esfaqueou uma colega de 15 dentro de uma escola estadual no Bairro Adeodato.

A Secretaria Municipal de Educação de Santa Luzia informou que a vítima é aluna do 1º ano do ensino médio e a agressora cursa o 2º ano. Um homem pode ter sido o motivo do ataque. Ainda segundo a Secretaria, o colégio é considerado tranquilo e sem grandes históricos de violência.

Ainda na manhã desta quarta-feira, dois alunos começaram a brigar no meio de aula de história em na Escola Estadual Lafaiete Gonçalves, no Bairro Palmital. O professor, que não quis se identificar, tentou apartar e foi atingido com um soco na boca.
Segundo a PM, caso semelhante aconteceu na Escola Estadual Raul Teixeira da Costa, no Bairro Cristina, desta vez com uma professora ferida ao separar uma briga.

Também por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, confirmou as brigas nas duas escolas estaduais de Santa Luzia. “As diretorias dessas escolas tomaram as providências necessárias e acionaram a Polícia Militar, que registrou boletim de ocorrência. As famílias dos estudantes envolvidos também foram chamadas na escola, diz a pasta.

“A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE) entende que a violência em nossa sociedade é um fenômeno de múltiplas causas e que os espaços escolares estão sujeitos a reproduzir esse cenário geral”, diz a nota. “ara lidar com a questão da violência nas escolas, seja ela psicológica ou física, a SEE criou o Programa de Convivência Democrática no Ambiente Escolar, que deve ser apresentado em breve para as escolas”. O programa reúne procedimentos para monitoramento de pessoas envolvidas em atos de violência e previne os casos nas escolas por meio da educação em direitos humanos. .