Cabo da PM é preso acusado de fornecer armas para traficantes

Com o militar foram apreendidas seis chaves seletoras Glock, usadas para alternar o funcionamento da arma para automática ou rajada, além de uma mira laser e R$ 16 mil

Pedro Ferreira
O cabo da Polícia Militar César Gomes Rodrigues, de 32 anos, foi preso pela Polícia Civil em Belo Horizonte acusado de fornecer armas de uso restrito das Forças Armadas para criminosos da capital e região metropolitana.
Com ele foram apreendidas seis chaves seletoras Glock, usadas para alternar o funcionamento da arma para automática ou rajada, uma mira laser e R$ 16 mil em dinheiro. A prisão do militar ocorreu na madrugada de segunda-feira, durante a Operação Orlov, lançada especificamente para investigar o fornecimento de armamento de uso restrito para grupos criminosos.

Segundo o delegado Thiago Machado, do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), o militar era fornecedor direto de armas e munições para Fábio Willian da Silva Rezende, o Fabinho, de 30, morador do Bairro Milionários, Região do Barreiro, que as repassava para traficantes do Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul da capital, e também para traficantes da Vila Ideal, em Ibirité, na Grande BH. O delegado ainda não apurou onde o militar conseguia as armas, mas já identificou que todas eram novas.

O PM, segundo o delegado, alegou em seu depoimento que havia adquirido o material com Fábio Willian para vender. “Ele acusou Fabinho de ser o fornecedor de armas para traficantes, disse que pegava o material para revender, mas a Polícia Civil apurou o contrário”, afirmou o delegado. O cabo foi atuado em flagrante pela Polícia Civil e encontra-se recolhido em uma cela do 49º Batalhão da PM, onde trabalha.
Fábio Willian já havia sido preso em 24 de fevereiro, depois de três meses de investigações. Com ele, a Polícia Civil apreendeu uma grande quantidade de material bélico, como pistolas 9mm, espingardas calibre 12, coletes à prova de balas e munição de vários calibres, como ponto 40 e 9mm.


INVESTIGAÇÃO A Polícia Militar divulgou nota informando que ao tomar conhecimento do mandado de busca, apreensão e prisão contra o cabo César Gomes determinou a abertura de procedimento administrativo para averiguar a conduta praticada por ele e a impossibilidade ética e moral de permanência nos quadros da corporação.
“Face à gravidade dos fatos, todas as providências jurídico-administrativas já foram tomadas, assegurando ao acusado o direito à ampla defesa e ao contraditório”, informou a PM..