O advogado Alexander Barroso, defensor de Célio, alega que seu cliente não teve qualquer participação na morte do estudante. “Ele estava no local e na hora errados. O que houve naquela boate configura crime de rixa, uma briga generalizada que teve como resultado morte. Envolveu várias pessoas, batendo e apanhando, e ninguém teve a intenção de matar ninguém”, alega o defensor.
Ainda de acordo com o advogado, seu cliente ajudou a separar a briga e foi para casa sem saber da morte. “Não sei como o delegado envolveu meu cliente. Estão noticiando que dois policiais e um terceiro mataram um cara.
Segundo o advogado, Célio não tem antecedentes criminais, tem emprego e endereço fixos e não está coagindo testemunhas, o que justificaria a prisão. “Meu cliente pretende se apresentar à polícia nos próximos dias. Por isso está com defesa constituída”, disse.
Na segunda-feira, o pai do jovem assassinado, o corretor de seguros Álvaro Abílio Nascimento Neto, de 57, iniciou uma peregrinação por vários órgãos do poder público, como a Ouvidoria-Geral do Estado, Delegacia de Homicídios e Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa para exigir que a morte do filho caçula não fique impune.
O advogado do pai da vítima, Walter Neri, disse ter visto as imagens das agressões e contou que são pesadas. “O Cristiano sai da boate e um dos suspeitos tenta ir atrás, mas é contido por um segurança, até que pague a conta. Depois, os dois policiais e o outro suspeito pagam e correm atrás do Cristiano e dos amigos dele”, conta o advogado. Na sequência, segundo o defensor, há uma briga generalizada e correria. “O Cristiano está correndo e é atingido por um dos soldados. Ele cai no chão e o militar chuta o pescoço dele e depois o mata com um pisão na cabeça. É uma cena terrível.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que o delegado responsável pelo inquérito, Alexandre Oliveira, continua à procura do suspeito Célio. O policial, segundo a assessoria, retornou à boate nesta quinta-feira, mas não informou o motivo.
ANTECEDENTES Os soldados Jonas e Jonathas estão presos em dois batalhões da Polícia Militar, Os dois já têm antecedentes de envolvimento com violência. Jonas foi flagrado por uma das câmeras de vigilância do Sistema Olho Vivo, em 9 de dezembro de 2009, quando, de acordo com o Ministério Público, “realizou uma abordagem em que praticou violência no exercício de sua função de policial militar, desferindo contra a vítima coronhada, socos e chutes. Logo após, realizou, sem qualquer justificativa, disparo de arma de fogo e, por fim, mediante violência, obrigou a vítima a entrar em beco próximo, onde não foi possível capturar mais imagens”.
No processo por lesão corporal leve, o soldado Jonas acabou condenado em primeira instância a dois anos e três meses de prisão, mas ainda tramitam recursos antes do julgamento em segunda instância. Caso a condenação seja mantida, pode culminar na exclusão do militar da corporação. O soldado Jonathas também responde por homicídio no exercício da profissão, segundo informou a PM.
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