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Estado de Minas

BHTrans vai testar espaço reservado para motos nos semáforos de BH

Empresa que gerencia o trânsito na capital mineira prepara um 'grid de largada' para motocicletas na tentativa de minimizar quadro de acidentes envolvendo pilotos e garupas. Objetivo é que as motos arranquem na frente e tenham mais segurança


postado em 16/04/2016 06:00 / atualizado em 16/04/2016 07:23

BHTrans estuda espaço destinado às motos na frente dos semáforos(foto: Euler Júnior/EM/D.A PRESS)
BHTrans estuda espaço destinado às motos na frente dos semáforos (foto: Euler Júnior/EM/D.A PRESS)
Diante da explosão do número de motos em Belo Horizonte, uma frota que aumentou em mais de 40 mil unidades nos últimos cinco anos, e da quantidade de acidentes envolvendo motociclistas e garupas – quase 7 mil socorridos no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII apenas em 2015 –, a BHTrans estuda criar áreas exclusivas para motocicletas em frente aos semáforos das principais ruas e avenidas da capital, uma espécie de box de largada.


Pela proposta, carros, ônibus, caminhões e demais veículos aguardariam a vez atrás de uma faixa de retenção (veja arte). A ideia é que as motos larguem na frente quando os sinais forem abertos, evitando disputa de espaços e ultrapassagens perigosas com o restante da frota. A BHTrans ainda não definiu o tamanho necessário para os boxes, mas o projeto-piloto deverá ser implantado na Cristiano Machado.

Quem explica o motivo é Célio Freitas, diretor de Planejamento da BHTrans: “É a via campeã de acidentes de trânsito”. O último levantamento do Batalhão de Trânsito da Polícia Miliar, de 2014, registrou 1.681 ocorrências na avenida batizada em homenagem ao prefeito da capital na gestão 1926-1929. Em seguida, aparecem a Amazonas, com 1.614 registros, e a Contorno, com 1.116. Vale lembrar que o balanço da PM inclui todos os tipos de veículos.

Já dados da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) revelam que a maioria dos acidentados no trânsito e que dão entrada no João XXIII, maior pronto-socorro do estado, são motociclistas ou garupas. No primeiro trimestre de 2016, 1.568 homens e mulheres foram socorridos na principal instituição mineira de urgência e emergência.

O número é 65% superior aos acidentados em carros, caminhonetes, ônibus e caminhões: 952 pessoas. De janeiro a dezembro do ano passado, 6.666 ocupantes de motos foram socorridos no HPS, quantidade 80% maior do que os 3.709 motoristas e passageiros que se feriram em outros tipos de veículos.

A disparidade está relacionada à vulnerabilidade e ao avanço da frota de motos. De março de 2011 ao mesmo mês deste ano, o total de veículos de duas rodas na capital saltou de 167.547 unidades para 211.428 – alta de 26%.

A ideia da área exclusiva para motos faz parte do documento de premissas e metas em elaboração pelos integrantes do Observatório da Mobilidade Urbana de BH (ObsMob-BH). Apesar disso, ainda não há prazo definido para que a estratégia seja testada. A data pode ser fixada nas próximas reuniões do grupo, previstas para junho e novembro de 2016.

CAMPANHAS Enquanto a área de largada não é implantada, o município aposta em campanhas educativas, como a que leva o slogan “Não seja uma carta fora do baralho. Evite acidentes”. Funcionários da BHTrans distribuem baralhos aos motociclistas com desenhos e mensagens contendo alertas relativos a situações perigosas no trânsito e reforçando a importância dos equipamentos de segurança. Ontem, a campanha ocorreu na Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi, Região Centro-Sul da capital.

(foto: Arte/Paulinho Miranda)
(foto: Arte/Paulinho Miranda)

 

Enquanto isso...

…Rotativo chega a motociclistas

 

A BHTrans vai estudar a possibilidade de os estacionamentos para motos nas ruas da capital serem pagos. A proposta faz parte da consolidação das medidas do PlanoMobBH 2010 e voltou a ser apresentada, em fevereiro passado, na 5ª reunião do Observatório da Mobilidade Urbana de BH (ObsMob-BH). A discussão sobre a viabilidade técnica e econômica do rotativo, contudo, só deve ocorrer a partir do próximo ano. “Há grupos de motociclistas que defendem a tese de que o uso do espaço seja pago”, disse Célio Freitas, diretor de Planejamento da empresa pública de trânsito e transporte.


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