Atualmente, a empresa opera três diques nos limites de Bento Rodrigues. As estruturas começaram a ser erguidas em novembro, logo que a Barragem do Fundão se rompeu, liberando 50 milhões de metros cúbicos de lama e rejeitos de minério de ferro. Esses detritos soterraram os subdistritos de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e parte do município de Barra Longa, matando 19 pessoas e poluindo a bacia hidrográfica do Rio Doce até sua foz, além do litoral do Espírito Santo, no que é considerado o pior desastre socioambiental brasileiro. Um quarto barramento foi planejado para o limite com o Rio Gualaxo do Norte e é o que mais preocupa ambientalistas e defensores da preservação da memória do acidente, já que praticamente transformaria Bento Rodrigues em um novo reservatório de rejeitos.
“Há receio de que a construção de um novo dique nos limites de Bento Rodrigues transforme o distrito num depósito de lama e rejeitos de mineração.
A mineradora se limitou a informar que “dentro do escopo do acordo assinado entre a Samarco, seus acionistas (Vale e BHP) e os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, está contemplada a criação de um memorial na área do antigo Bento Rodrigues. Essa ação se encontra em fase inicial de tratativas junto à Prefeitura Municipal de Mariana e demais órgãos públicos”.
De acordo com a Prefeitura de Mariana, houve conversas com a mineradora sobre a construção de memoriais em Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, mas não há entendimentos para desapropriar terrenos que seriam assumidos pela empresa. “Tudo o que a Samarco tem feito é dentro de sua área. O que se tenta fazer é um memorial (das comunidades atingidas)”, informou a assessoria de imprensa da administração municipal. Na terça-feira, audiência pública com participação do MP e da prefeitura vai discutir o tombamento do antigo povoado e de Paracatu de Baixo..