Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) mostram que nos primeiros 60 dias de 2016 foram registradas 31 ocorrências deste tipo em todo o estado, contra 28 do mesmo período de 2015. Somente em Belo Horizonte e região metropolitana os números dobraram neste ano.
As ações mostram a ousadia e a organização das quadrilhas especializadas. No caso do Retiro das Pedras, por exemplo, na madrugada de ontem, os oito homens que renderam os vigilantes na guarita do residencial estavam encapuzados e portavam armas de fogo automáticas e de grosso calibre, segundo funcionários do condomínio. O crime ocorreu por volta das 4h. De acordo com a ocorrência policial, os bandidos chegaram em dois veículos. Quatro deles desceram primeiro, de um Kia Cerato prata, e renderam o primeiro funcionário. Os demais integrantes do bando estavam em um Gol preto e também participaram da explosão do caixa, localizado em um cômodo que fica no portal de entrada do condomínio, onde vivem cerca de 3.500 pessoas. Depois da forte explosão, eles retiraram as gavetas de dinheiro e, antes de ir embora, ainda abordaram um homem que chegava de caminhonete, que teve pertences pessoais roubados.
Ainda de acordo com Mauro Lúcio, este foi o primeiro ataque ao caixa no local. Ele acredita que o terminal não deve ser reposto. “No passado, a possibilidade de retirá-lo já havia sido cogitada.
ANTECEDENTES Em 1º de março, um grupo armado rendeu o vigilante na portaria do Minas Tênis Country Clube, no Bairro Taquaril, Região Leste de Belo Horizonte. Lá dentro, explodiram um caixa eletrônico e fugiram levando dinheiro. A quantia não foi informada.
Poucos dias depois, em 18 de março, uma organização especializada neste tipo de crime trocou tiros com a PM. O grupo começou a ser monitorado pela equipe de inteligência da corporação depois da tentativa de arrombar terminais eletrônicos em uma agência no Bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, na Grande BH, dias antes. O banco tinha um dispositivo de segurança que expele fumaça quando detecta risco de ataques. Os criminosos fugiram do local em três carros, dois deles roubados.
A PM conseguiu cercar o bando na BR-262, onde dois homens foram presos. Outros criminosos que estavam em um Corolla tentaram fugir por um matagal. Durante as buscas, houve troca de tiros e dois acusados morreram. Segundo a PM, um dos homens tinha ligação com uma organização criminosa que atua em São Paulo.
Outro crime aconteceu no aeroporto de Uberaba, no Triângulo Mineiro, em 14 de abril, com participação de seis a oito pessoas. Os criminosos chegaram em uma moto, em um HB 20 branco e em um Palio Wekeend prata.
Segundo a PM, o aumento dos ataques a caixas eletrônicos está ligado a roubos de explosivos em empresas exploradoras de minério na Região Metropolitana de Belo Horizonte há dois anos. “Quando houve uma onda de ataques a terminais, montamos uma força-tarefa para tentar evitar essas investidas. Mas houve um roubo de duas toneladas de explosivos em Contagem na época e esse material ainda não foi totalmente recuperado. Então, as quadrilhas estão voltando a atuar”, disse o tenente-coronel Gilmar Luciano, chefe do Centro de Jornalismo Policial. Para ele, ações da força-tarefa é que podem conter a atuação dessas organizações criminosas.
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