O delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, titular da divisão de Homicídio em Contagem, indiciou três pessoas pelo assassinato do universitário Cristiano Guimarães do Nascimento, na madrugada de 7 de abril, na porta de uma boate no Bairro Eldorado. Os policiais militares Jonathas Elvis do Carmo, de 27 anos, e Jonas Moreira Matias, de 28, além de um corretor de imóveis, que está foragido, foram indiciados por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima). Se condenados, podem pegar de 14 a 30 anos de prisão.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O delegado não esclareceu a motivação do assassinato, mas ele acredita que os autores tentaram furar a fila do caixa, dando início a uma discussão no interior da boate. Do lado de fora, ocorreu uma briga generalizada. Imagens da câmera de segurança mostram o universitário sendo pisoteado na cabeça e no pescoço. O advogado do corretor de imóveis nega que o cliente tenha participado das agressões.
Os dois militares estão detidos desde 8 de abril. Eles são investigados também pela ouvidoria da PM e podem ser desligados da corporação. A morte do jovem foi tema de uma audiência nesta quarta-feira, na comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O pai da vítima, Álvaro Nascimento, esteve no local e cobrou a expulsão dos militares da PM. “Meu filho não brigou, ele apanhou até morrer. Eu preciso de apoio, carinho, afeto, mas é um afeto de correr atrás e defender essa causa”, disse.