Pelo menos 1,7% dos belo-horizontinos já foram infectados pela dengue este ano.
De mais de 100 mil diagnósticos de dengue em BH, entre notificações e confirmações, apenas 9.888 foram descartados, menos que 10%. A regional com o maior número de pessoas infectadas é a do Barreiro, com 9.086 ocorrências, seguida pelas regionais Nordeste (7.166) e Oeste(4.827).
Já os casos de zika vírus este ano na capital mineira somam 32 registros. Há 952 notificações ainda em investigação.
De acordo com balanço da Secretaria Municipal de Saúde, a capital tem 35 notificações de microcefalia em recém-nascidos cuja associação com o zika vírus é investigada. Desses, 20 casos são de residentes da capital, sendo que cinco foram descartados por critério laboratorial (exame negativo para zika). Os outros 15, de pessoas residentes em outros municípios que foram atendidos em BH, também estão sob investigação.
Microcefalia no país No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou ontem 1.168 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso em bebês sugestivas de infecção congênita no país. Desse total, 192 tiveram resultado positivo para zika vírus por critério laboratorial. No entanto, autoridades sanitárias ressaltam que esse dado não representa a totalidade dos casos relacionados à doença. Para o ministério, houve infecção por zika na maior parte das mães que tiveram filhos com diagnóstico final de microcefalia. Há ainda 3.741 notificações sendo investigadas. Ao todo, foram 7.150 suspeitas da doença desde o início das investigações, em outubro de 2015, e 2.241 foram descartadas. Em Minas, balanço da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) aponta que são 93 casos de monitoramento da microcefalia, com 50 descartados, 41 em investigação.
Os números no estado são preocupantes, assim como em todo país, já que 170 gestantes mineiras apresentam doença aguda, contaminadas pelo vírus zika. Há duas confirmações de microcefalia em Minas, de acordo com números do Ministério da Saúde. Uma delas é de um aborto espontâneo associado à infecção pelo zika, em Sete Lagoas, na Região Central. O outro registro de microcefalia confirmada tem por base exames de imagem que sugerem infecção congênita, de uma mulher de Montes Claros, no Norte mineiro, porém, sem associação com vírus.
MAPA DO ZIKA De acordo com o novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado ontem, os 1.168 casos confirmados ocorreram em 428 municípios, localizados em 22 unidades da federação: além de Minas, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. Os 2.241 casos descartados foram classificados por apresentarem exames normais, ou apresentarem microcefalia e/ou alterações no sistema nervoso central por causas não infeciosas.
Até sábado, foram 240 óbitos com suspeita de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (aborto).
A região Nordeste concentra 77,2% dos casos notificados, com 5.520 registros até o momento. O estado de Pernambuco continua sendo a unidade da federação com maior número de diagnósticos em investigação (760), seguido da Bahia (647), Paraíba (389), Rio Grande do Norte (297), Rio de Janeiro (294) e Ceará (254).
O Ministério da Saúde está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central informados pelos estados e a possível relação com o vírus zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do zika, como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.
A pasta orienta às gestantes que adotem medidas para reduzir a presença do Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros e proteção contra a exposição ao mosquito, mantendo portas e janelas fechadas ou teladas, usando calças e camisas compridas, além de repelentes permitidos para gestantes.
Enquanto isso...
...Estudo do CDC
confirma temor
Na semana passada, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis (CDC) dos Estados Unidos anunciou a confirmação da relação entre o zika e a ocorrência de microcefalia em bebês cujas mães foram infectadas pelo vírus. O estudo realizou uma revisão rigorosa das evidências já existentes e concluiu que o micro-organismo é a causa da microcefalia e outros danos cerebrais identificados em fetos. Para embasar o estudo norte-americano, foram analisadas pesquisas da comunidade médica e científica de diversos países, entre eles o Brasil, que é pioneiro no estudo do vírus zika associado à alteração cranioencefálica.