Os servidores estaduais da saúde decidiram entrar em greve nesta segunda-feira. A categoria já tinha indicado que faria paralisação caso o governo de Minas não se posicionasse sobre reivindicações como reestruturação de plano de carreira e reajuste salarial. Hoje, os trabalhadores fizeram uma manifestação e seguiram em passeata até a Assembleia Legislativa (ALMG). O atendimento em algumas unidades ficou lento.
A paralisação conta com a adesão de enfermeiros, técnicos em enfermagem, assistentes sociais, fisioterapeutas e psicólogos. Os servidores pedem reajuste salarial com base na inflação do período, reestruturação do plano de carreira, redução da jornada de 40 para 30 horas semanais e mudança da data-base, entre outros.
"A greve atinge aproximadamente 80% dos trabalhadores. São servidores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), da Fundação Ezequiel Dias (Funed), de escolas de sáude pública e da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Nos hospitais da rede Fhemig, a escala mínima de 30 % está sendo cumprida”, explicou Neusa Freitas, diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde).
Segundo Neusa, a paralisação atingiu cidades do interior de Minas, como Bambui, Três Corações, Ubá, Barbacena, Juiz de Fora e Patos de Minas. “As unidades mais atingidas foram o Hospital João Penido, em Juiz de Fora, Hospital Antônio Dias, em Patos de Minas, e o Hospital de Barbacena”, afirmou. De acordo com a Fhemig, o atendimento ficou prejudicado no Hospital João XXIII, no Hospital Infantil João Paulo II e no Hospital Júlia Kubitschek, mas nenhum paciente deixou de ser atendido. A escala mínima de 30%, como previsto na lei de greve, está sendo cumprida pelos servidores.
Em nota, o governo de Minas informou ter apresentado uma contraproposta aos trabalhadores na última terça-feira. Sobre a redução da jornada de trabalho para todos os servidores da saúde, sem redução salarial, informou que será iniciada assim que o estado superar “a restrição legal imposta pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), tendo em vista atingir a jornada de 30 horas semanais pelos serviços que se organizam em turnos interruptos”. Alegou que, devido as dificuldades financeiras e orçamentárias impostas pela LRF, “não pode atender, de imediato, reivindicações que impactem no aumento da folha de pagamento”.
Definiu, ainda, que a partir do próximo mês vai implantar os benefícios de auxílio-refeição e auxílio-transporte para os servidores estaduais cedidos aos municípios, os chamados municipalizados. O governo também se comprometeu com os sindicalistas a rever o decreto que regula as concessões de diárias, com atenção para as especificidades do trabalho na Secretaria de Estado da Saúde (SES), e a retomar a discussão sobre a reestruturação das carreiras.
O governo informou ainda que acatou outras reivindicações da categoria, como auxílio-creche para os servidores da Escola de Saúde Pública (ESP), extensão do pagamento da gratificação complementar para todos os trabalhadores da Unimontes tão logo o estado não esteja mais sob as vedações da LRF, o retorno das promoções e progressões da carreira a partir de abril/16 e a extensão do abono incorporável aos bolsistas da Fhemig.