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Estado de Minas

PF prende nove pessoas em BH acusadas de importação ilegal de mercadorias

Outro suspeito foi preso em Salvador, na Bahia. Organização criminosa, que envolve servidores públicos, sonegou ao menos R$ 20 milhões


postado em 26/04/2016 16:42 / atualizado em 26/04/2016 22:41

Agentes da PF e da Receita Federal cumpriram mandados em Belo Horizonte(foto: Polícia Federal / Divulgação)
Agentes da PF e da Receita Federal cumpriram mandados em Belo Horizonte (foto: Polícia Federal / Divulgação)

Um grande esquema de importação de mercadorias sem pagamento de impostos foi desmantelado pela Polícia Federal (PF), Receita Federal e Ministério Público Federal (PRF) durante uma operação realizada nesta terça-feira em Minas Gerais, outros quatro estados e o Distrito Federal. A organização criminosa, que envolve servidores públicos, sonegou ao menos R$ 20 milhões. Ao todo, 10 pessoas foram presas, sendo nove em Belo Horizonte e outra em Salvador, na Bahia.

As investigações começaram em 2014 pela Receita Federal, que começou a encontrar irregularidades nas importações de mercadorias vindas de Miami, nos Estados Unidos. “Nosso serviço de inteligência e de gerenciamento de risco começou a perceber irregularidade nas operações. Esses importadores e operadores de comércio exterior passaram a ser objeto de investigação. Aí começamos a perceber que existiam irregularidades. É um esquema que envolve empresas no exterior e pessoas no Brasil”, explicou durante entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, Orlando Soares dos Santos, inspetor-chefe da Receita Federal.

O esquema funcionava na seguinte forma, segundo as investigações: o grupo transportava mercadorias, como eletrônicos, material de informática, suplementos alimentares, medicamentos, entre outros, dos Estados Unidos para o Brasil. Os materiais eram declarados como se fossem produtos mais baratos, como arame e impressoras, que têm imposto reduzido.

Produtos apreendidos com os integrantes da quadrilha(foto: Receita Federal / Divulgação)
Produtos apreendidos com os integrantes da quadrilha (foto: Receita Federal / Divulgação)


Os materiais eram enviados ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e depois levados para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Lá, os importadores recebiam ajuda de servidores públicos, segundo a Polícia Federal, para retirar os produtos. Para burlar a fiscalização, substituindo as mercadorias de alto valor por outras de valor menores, a quadrilha usava documentos falsos.

A operação deflagrada nesta terça-feira contou com aproximadamente 100 policiais federais e 20 servidores da Receita Federal. Eles cumpriram 47 mandados, sendo 10 de prisão temporária, nove em BH e um em Salvador, 16 conduções coercitivas, 21 mandados de busca e apreensão em sedes de empresas e em residência de sócios e servidores públicos. Entre os presos estão quatro agentes públicos. Também foram alvos escritórios de despachantes aduaneiros em Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Vila Velha.

Em Belo Horizonte, os mandados foram cumpridos no Bairro Olhos D'água, na Região Oeste, no Bairro Santo Amélia, na Região da Pampulha, e em Venda Nova. Neste último, agentes vasculharam galpões de uma empresa que estava lotado de mercadorias. Duas pessoas foram presas e levadas para a sede da PF.

Os envolvidos no esquema poderão ser multados e responderão na medida de suas participações pelos crimes de facilitação ao contrabando e descaminho, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, descaminho, contrabando além dos delitos contra o sistema financeiro nacional. Se condenados, podem pegar de 7 a 18 anos de prisão. Vale ressaltar que os crimes relacionados ao descaminho e contrabando podem ser multiplicadas pelo número de condutas realizadas, aproximadamente sessenta vezes.


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