Ex-pacientes de hanseníase protestaram nesta quarta-feira na porta da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) por falta de cestas básicas. Segundo a fundação, três das quatro casas ligadas à Fhemig já tiveram a entrega normalizada, mas a segunda maior delas, em Ubá, ainda está suspensa desde janeiro.
As cestas básicas eram entregues por uma empresa licenciada pelo governo, que abastecia as quatro casas de saúde: Santa Izabel, em Betim, São Francisco de Assis, em Bambuí, Santa Fé, em Três Corações, e Padre Damião, em Ubá. "Em janeiro, a empresa rompeu o contrato, que deveria ir até maio, o que deixou cerca de 429 pessoas prejudicadas", explicou Cordovil. Em Santa Izabel, 228 pacientes dependem dos alimentos, em Padre Damião são 97, em São Francisco de Assis, 73 e em Três Corações, 31.
Os novos licenciamentos foram abertos e cada casa passa agora a ser abastecida por uma empresa diferente. Segundo Cordovil, até a noite desta quarta-feira, as casas de saúde de Três Corações, Bambuí e Santa Izabel tiveram o serviço normalizado e as cestas atrasadas foram entregues.
Em Ubá, a situação ainda não foi resolvida, porém, a Fhemig afirma que haverá um pregão na sexta-feira para a seleção de novas empresas. "Até o final da primeira quinzena de maio vamos entregar essas cestas para Ubá", afirmou.
A Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais (ASTHEMG) informou que há cerca de 5 meses o governo de Minas Gerais deixou de fornecer as cestas básicas e pretende instalar relógios com o objetivo de cobrar faturas de energia elétrica dos moradores das ex-colônias. Ainda segundo a associação, nos últimos 70 anos nunca houve cobrança de energia e é a primeira vez que eles passam por problemas tão graves com a alimentação.
Representantes da Fhemig e da ASTHEMG se reuniram para que o grupo pudesse reivindicar e cobrar um posicionamento para solucionar a situação. A associação informou que "os representantes (do governo) apenas tentaram se justificar com as mesmas enrolações de sempre."