Segundo a Fundação de Parques Municipais (FPM), a trilha Travessia da Serra foi temporariamente interrompida. O motivo é a necessidade de fazer vistorias e estudos de segurança em toda a extensão do percurso, de 2.220 metros entre os mirantes 3 e 8, caminho que até 20 dias atrás ainda estava aberto. O restante da trilha, que inclui a passagem pelos mirantes 9 e 10 e vai até o Parque das Mangabeiras, tem previsão de reabertura apenas em 2017, quando serão concluídas obras para a contenção da serra conduzidas pela Vale.
O Parque Serra do Curral continua funcionando de terça-feira a domingo, das 8h às 16h, porém, a caminhada é liberada apenas até o mirante 3. Não é necessário agendamento nem a presença de guias. Ontem, o engenheiro Rodrigo de Almeida, de 31 anos, resolveu aproveitar as férias para curtir a parte da trilha que vinha sendo disponibilizada, entre os mirantes 3 e 8. Mas, como só está permitido subir até o mirante 3, ele teve os planos frustrados. “Hoje eu vou aproveitar o que está disponível, mas a expectativa é que o caminho todo reabra o mais rápido possível. Principalmente porque estamos entrando em uma temporada de outono e inverno, quando as chuvas diminuem, o que facilita as caminhadas”, diz ele. O engenheiro conta ainda que tem costume de fazer circuitos de montanhismo com os amigos em países da América do Sul e acaba usando as trilhas mais perto de casa como aquecimento. “O objetivo é não deixar de preparar a mente e o corpo para o encontro com a natureza”, completa.
Acostumado a rodar por toda a crista da serra há muitos anos, antes mesmo de existir um parque estruturado no local, o empresário Luís Otávio Mattos, de 45, destaca a beleza do caminho, o que deveria justificar a abertura permanente do local. “É importante a trilha funcionar porque BH não é uma cidade com oferta tão grande de locais como esse. Espero que reabra o mais rápido possível, porque o lugar é muito bonito”, afirma.
O professor Mauro Mendonça, de 62, e o aposentado José Silvio Abras, de 64, vão ao parque com frequência com o objetivo de fotografar e observar aves. José Silvio conta que nunca fez a parte da trilha que está fechada e que depende da presença dos guias, porém, sempre ouviu comentários positivos.
RECUPERAÇÃO AMBIENTAL Os mirantes 9 e 10 ficam na área que está sendo recuperada pela Vale. O lado da serra que os visitantes nunca veem e que foi degradado por décadas de mineração está sendo revitalizado e deverá ser entregue em 2017. A região vai ganhar proteção com telas de aço, como se fossem quadros afixados a uma parede, e cobertura vegetal para dar um aspecto natural à montanha escavada para retirada de minério. A obra de recuperação conta com tecnologia suíça e custo de R$ 240 milhões e ocorrerá na Mina de Águas Claras, adquirida há oito anos pela empresa, que instalou na área sua sede administrativa (Com Márcia Maria Cruz)
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