O acesso à Serra do Curral, principal cartão-postal de Belo Horizonte, sofreu mais uma restrição. Para respirar os ares da trilha Travessia da Serra, principal atrativo da unidade de conservação, os amantes do ecoturismo terão que esperar no mínimo dois meses, já que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) pretende reabrir o caminho, que fica dentro do Parque da Serra do Curral, apenas no segundo semestre deste ano. Isso se a perspectiva não se alongar dentro dos últimos seis meses de 2016, já que não foi dada uma previsão mais precisa. Desde a inauguração do parque, em setembro de 2012, este é o terceiro impedimento na unidade. No início de 2013, menos de seis meses depois da abertura, os frequentadores perderam a possibilidade de percorrer o caminho completo da serra até o Parque das Mangabeiras devido à instabilidade no maciço rochoso causada pela mineração da Vale na região. Em dezembro de 2014, os quatro horários que eram disponibilizados todos os dias para fazer o caminho restante com o acompanhamento de guias foram reduzidos para apenas um, que agora não está mais disponível.
O Parque Serra do Curral continua funcionando de terça-feira a domingo, das 8h às 16h, porém, a caminhada é liberada apenas até o mirante 3. Não é necessário agendamento nem a presença de guias. Ontem, o engenheiro Rodrigo de Almeida, de 31 anos, resolveu aproveitar as férias para curtir a parte da trilha que vinha sendo disponibilizada, entre os mirantes 3 e 8. Mas, como só está permitido subir até o mirante 3, ele teve os planos frustrados. “Hoje eu vou aproveitar o que está disponível, mas a expectativa é que o caminho todo reabra o mais rápido possível. Principalmente porque estamos entrando em uma temporada de outono e inverno, quando as chuvas diminuem, o que facilita as caminhadas”, diz ele. O engenheiro conta ainda que tem costume de fazer circuitos de montanhismo com os amigos em países da América do Sul e acaba usando as trilhas mais perto de casa como aquecimento. “O objetivo é não deixar de preparar a mente e o corpo para o encontro com a natureza”, completa.
Acostumado a rodar por toda a crista da serra há muitos anos, antes mesmo de existir um parque estruturado no local, o empresário Luís Otávio Mattos, de 45, destaca a beleza do caminho, o que deveria justificar a abertura permanente do local. “É importante a trilha funcionar porque BH não é uma cidade com oferta tão grande de locais como esse. Espero que reabra o mais rápido possível, porque o lugar é muito bonito”, afirma.
O professor Mauro Mendonça, de 62, e o aposentado José Silvio Abras, de 64, vão ao parque com frequência com o objetivo de fotografar e observar aves. José Silvio conta que nunca fez a parte da trilha que está fechada e que depende da presença dos guias, porém, sempre ouviu comentários positivos. “As pessoas gostam muito desse caminho. Todos dizem que é um passeio que vale a pena, de preferência descendo até o Parque das Mangabeiras”, afirma. Já Mauro faz um contraponto e diz ser importante uma revisão periódica das condições de risco da trilha, porque o local é muito frequentado e demanda intervenções frequentes. “Esse trabalho é importantíssimo para sempre manter tudo em ordem e minimizar os riscos, principalmente para quem não é experiente em trilhas”, diz o professor.
RECUPERAÇÃO AMBIENTAL Os mirantes 9 e 10 ficam na área que está sendo recuperada pela Vale. O lado da serra que os visitantes nunca veem e que foi degradado por décadas de mineração está sendo revitalizado e deverá ser entregue em 2017. A região vai ganhar proteção com telas de aço, como se fossem quadros afixados a uma parede, e cobertura vegetal para dar um aspecto natural à montanha escavada para retirada de minério. A obra de recuperação conta com tecnologia suíça e custo de R$ 240 milhões e ocorrerá na Mina de Águas Claras, adquirida há oito anos pela empresa, que instalou na área sua sede administrativa (Com Márcia Maria Cruz)
O Parque Serra do Curral continua funcionando de terça-feira a domingo, das 8h às 16h, porém, a caminhada é liberada apenas até o mirante 3. Não é necessário agendamento nem a presença de guias. Ontem, o engenheiro Rodrigo de Almeida, de 31 anos, resolveu aproveitar as férias para curtir a parte da trilha que vinha sendo disponibilizada, entre os mirantes 3 e 8. Mas, como só está permitido subir até o mirante 3, ele teve os planos frustrados. “Hoje eu vou aproveitar o que está disponível, mas a expectativa é que o caminho todo reabra o mais rápido possível. Principalmente porque estamos entrando em uma temporada de outono e inverno, quando as chuvas diminuem, o que facilita as caminhadas”, diz ele. O engenheiro conta ainda que tem costume de fazer circuitos de montanhismo com os amigos em países da América do Sul e acaba usando as trilhas mais perto de casa como aquecimento. “O objetivo é não deixar de preparar a mente e o corpo para o encontro com a natureza”, completa.
Acostumado a rodar por toda a crista da serra há muitos anos, antes mesmo de existir um parque estruturado no local, o empresário Luís Otávio Mattos, de 45, destaca a beleza do caminho, o que deveria justificar a abertura permanente do local. “É importante a trilha funcionar porque BH não é uma cidade com oferta tão grande de locais como esse. Espero que reabra o mais rápido possível, porque o lugar é muito bonito”, afirma.
O professor Mauro Mendonça, de 62, e o aposentado José Silvio Abras, de 64, vão ao parque com frequência com o objetivo de fotografar e observar aves. José Silvio conta que nunca fez a parte da trilha que está fechada e que depende da presença dos guias, porém, sempre ouviu comentários positivos. “As pessoas gostam muito desse caminho. Todos dizem que é um passeio que vale a pena, de preferência descendo até o Parque das Mangabeiras”, afirma. Já Mauro faz um contraponto e diz ser importante uma revisão periódica das condições de risco da trilha, porque o local é muito frequentado e demanda intervenções frequentes. “Esse trabalho é importantíssimo para sempre manter tudo em ordem e minimizar os riscos, principalmente para quem não é experiente em trilhas”, diz o professor.
RECUPERAÇÃO AMBIENTAL Os mirantes 9 e 10 ficam na área que está sendo recuperada pela Vale. O lado da serra que os visitantes nunca veem e que foi degradado por décadas de mineração está sendo revitalizado e deverá ser entregue em 2017. A região vai ganhar proteção com telas de aço, como se fossem quadros afixados a uma parede, e cobertura vegetal para dar um aspecto natural à montanha escavada para retirada de minério. A obra de recuperação conta com tecnologia suíça e custo de R$ 240 milhões e ocorrerá na Mina de Águas Claras, adquirida há oito anos pela empresa, que instalou na área sua sede administrativa (Com Márcia Maria Cruz)